terça-feira, 13 de agosto de 2013



segunda-feira, 12 de agosto de 2013















CANTO 3 E OUTRA HISTÓRIA

Nos anos setenta assisti um espetáculo inesquecível. No teatro Leopoldina (lembram, na Independência), se apresentava uma orquestra de jazz, tipo dixieland. Era a Traditional Jazz Band. Todos estavam naquele momento que chamamos de terceira idade. 

O mais jovem, o caçula, tinha sessenta e vários anos. Era o pianista. O momento mais empolgante foi quando o trompetista, oitentão, solou When The Saints go Marchin' in, correndo por todo o teatro, vestido apenas com um lençol branco enrolado no corpo. Um anjo negro.

Naquela época, eu era um idiota. Não entendia nada da vida. Mas aquela imagem de um ancião correndo desabaladamente pelo teatro, tocando trompete, me marcou. Lembrei agora daqueles momentos.

Na última sexta feira, estive no Girassole Pub para assistir a meu grande amigo, Celso Carlucci de Campos tocar violão junto com seus parceiros, Ana Maria Bolzoni, cantora e Basílio Zadra, tecladista, do Canto 3.

Os integrantes do Canto 3 não são mais jovens, vamos  dizer assim. O Celsinho, que eu conheço bem, tem curtido vários invernos e verões também. Antigamente, por sua paixão pelo tênis e  por outros  esportes noturnos, era chamado, por seus colegas, de atleta da vida.

O que vi me lembrou do espetáculo que citei acima. Todos eles ótimos músicos, tocam com paixão, com energia, com entusiasmo, com alegria. Parecem adolescentes deslumbrados com sua própria  juventude.

O repertório foi atemporal, com canções brasileiras, latinas e americanas. Os momentos transcedentais, pelo menos para mim, os When The Saints go marchin' in de agora, foram Who Sorry Now, que conhecia com a Connie Francis, e Balada para um Loco, de Piazzola. A primeira me  transportou aos meus treze anos e a segunda me deixou comovido pela interpretação, ao mesmo tempo correta e dramática de Ana Maria Bolzoni.

Recomendo, com entusiasmo, assistir Celsinho com seu Canto 3.  Esses  guris vão longe.