quinta-feira, 31 de maio de 2012
Georges de La Tour : La Diseuse de bonne aventure (detalhe).
A NOVA
LINGUAGEM ORAL (E O FIM DA LINGUAGEM ESCRITA, TAL COMO A CONHECEMOS).
Um
especialista em recursos humanos disse que a maior dificuldade, hoje em dia, é
conseguir que um jovem redija corretamente um currículo ou que consiga
expressar-se com precisão quando comunica-se com colegas ou superiores.
Estamos desaprendendo a escrever? (Re)
Ingressamos em uma era de comunicação oral?
A entrevista do professor Thomas
Pettitt, a seguir, revela o novo desafio da cultura e mesmo das relações
sociais que se avizinham:
NOVA
YORK - Thomas Pettitt tem provocado discussão nos meios acadêmicos ao afirmar
que a Humanidade está voltando à cultura de transmissão oral de informação e
conhecimento, tornando a época da imprensa escrita e dos livros apenas um
parêntese na História. Professor de história da cultura na Universidade do Sul
da Dinamarca, ele construiu a Teoria do Parêntese de Gutenberg para analisar
uma época que teria começado com a invenção da prensa, no século XV, e
terminado com a era da mídia eletrônica. "Estamos caminhando para um
futuro pós-imprensa", disse ele, para mais adiante acrescentar: "Alguém
pode receber uma mensagem escrita quase tão rapidamente como se estivesse
falando com a pessoa. É como se estivéssemos falando pelos dedos".
Pettitt,
que deu entrevista ao GLOBO por e-mail, criou sua teoria no espírito de
cooperação que marca as redes sociais. Usou um conceito surgido em uma
discussão entre professores e, com a permissão do autor, o colega Lars Ole
Sauerberg, cunhou a Teoria do Parêntese de Gutenberg, pai da imprensa. Segundo
ele, a era digital derruba barreiras entre imprensa tradicional e novas mídias.
A sobrevivência dos meios de comunicação, garante, estará cada vez mais
vinculada à sua credibilidade.
O
GLOBO: Estamos mesmo indo "de volta para o futuro", ou seja, passando
por uma revolução que nos levará de volta a um passado no qual a cultura era
oral, como diz a Teoria do Parêntese de Gutenberg?
THOMAS PETTITT: "De volta para o futuro" é um filme adorável, mas sempre penso sobre esse título. Imagino que, tendo viajado a um passado quando seus pais eram jovens, no fim do filme era hora de o rapaz voltar ao futuro de onde ele tinha vindo. No Parêntese de Gutenberg, a ideia é a oposta: estamos voltando ao passado ao nos movermos para o futuro. Afirmar que o futuro será uma volta ao passado não parece muito otimista. Haverá mais guerras, mais superstição e fundamentalismo, mais caças às bruxas e pragas, como na Idade Média? Fico feliz em poder dizer que a Teoria do Parêntese de Gutenberg não tem nada a ver com isso, embora meu colega L.O. Sauerberg não estivesse otimista quando inventou o termo. Ele é professor de literatura inglesa, e literatura é algo que se lê basicamente em livros. Então, se os livros estão acabando, isso pode ser o fim da literatura também. Não estou tão preocupado, porque estudo cultura medieval e sei que havia canções, histórias e encenações maravilhosas antes dos livros, então podemos esperar que as pessoas continuarão a fazer coisas incríveis com as palavras depois dos livros.
THOMAS PETTITT: "De volta para o futuro" é um filme adorável, mas sempre penso sobre esse título. Imagino que, tendo viajado a um passado quando seus pais eram jovens, no fim do filme era hora de o rapaz voltar ao futuro de onde ele tinha vindo. No Parêntese de Gutenberg, a ideia é a oposta: estamos voltando ao passado ao nos movermos para o futuro. Afirmar que o futuro será uma volta ao passado não parece muito otimista. Haverá mais guerras, mais superstição e fundamentalismo, mais caças às bruxas e pragas, como na Idade Média? Fico feliz em poder dizer que a Teoria do Parêntese de Gutenberg não tem nada a ver com isso, embora meu colega L.O. Sauerberg não estivesse otimista quando inventou o termo. Ele é professor de literatura inglesa, e literatura é algo que se lê basicamente em livros. Então, se os livros estão acabando, isso pode ser o fim da literatura também. Não estou tão preocupado, porque estudo cultura medieval e sei que havia canções, histórias e encenações maravilhosas antes dos livros, então podemos esperar que as pessoas continuarão a fazer coisas incríveis com as palavras depois dos livros.
E
como isso afeta os meios de comunicação?
PETTITT:
O Parêntese de Gutenberg diz respeito a mudanças na
maneira como comunicamos informação e histórias, de um lugar a outro e de um
momento a outro. Pela lembrança e pela fala; por manuscritos; por livros,
filmes, gravações e pela TV; por tecnologia digital e pela internet. Depois que
a prensa foi inventada por Gutenberg, levou um tempo até que ela se espalhasse,
mas por volta de 1600 o livro impresso tinha virado o meio dominante e de maior
prestígio, e permaneceu nessa posição até recentemente, digamos, até o ano
2000. Agora, estamos usando meios tecnologicamente mais avançados que o livro,
mas de certa forma se parecem com as tradições orais que o precederam. Da mesma
forma que uma frase contém parênteses: eles interrompem a frase (mas, como
estes, a modificam) e, quando o parêntese acaba, a frase continua onde a
havíamos deixado antes da interrupção. Então, sim, estamos caminhando para um
futuro pós-imprensa que, de certa forma, se parecerá com o passado
pré-imprensa. Claro que ainda não chegamos lá: estamos na transição, na saída.
De
que maneira a cultura da internet está resgatando e continuando a cultura
pré-Gutenberg?
PETTITT:
As semelhanças estão na maneira pela qual nos
comunicamos por palavras: a maneira como lidamos com informações e narrativas
que estão em palavras. Já temos há algum tempo meios eletrônicos como a TV, o
rádio e o cinema, que voltam ao mundo da oralidade porque as palavras são
faladas, e não vistas em uma página. Foi a isso que Marshall McLuhan se referiu
quando disse que estávamos saindo da "Galáxia de Gutenberg". Nossas
novas mídias (smartphones, laptops, tablets e suas conexões de internet) estão
tomando conta dessa comunicação pelo som, e até ampliando-a. Claro que elas
também são usadas, talvez até mais, para a comunicação pela palavra escrita,
mas isso é feito de maneira diferente da usada pela imprensa. Em alguns dos
meios mais difundidos (e-mails, SMS, Twitter), alguém pode receber uma mensagem
escrita quase tão rapidamente como se estivesse falando com a pessoa. É como se
estivéssemos falando pelos dedos, então a maneira de escrever é muito mais
próxima da fala. As novas mídias também tornam mais fácil mexer em um texto.
Mesmo
nas revoluções, o ponto da virada muitas vezes só é percebido quando já passou.
Quais são esses pontos, até agora?
PETTITT: Não
tenho certeza de que as pessoas não se dão conta das revoluções enquanto elas
estão acontecendo. Mas, por outro lado, a natureza da mudança ou o ponto sem
retorno pode nos escapar. Penso em dois momentos decisivos na nossa revolução.
Um deles é o dia em que todos os livros (e jornais) forem criados em forma
digital - suspeito que em muitos países este momento já passou. O outro é o dia
em que todos os livros (e jornais) que já existiam tiverem sido escaneados e,
portanto, existirem em forma digital - estamos muito próximos disso.
Até
que ponto nossa percepção do mundo e nossa comunicação são determinadas pela
tecnologia?
PETTITT: Esta
pode acabar sendo a mudança mais importante de todas. Há coincidências
interessantes entre revoluções na mídia e na maneira de pensar das pessoas.
Alguns estudiosos veem uma conexão entre a difusão da imprensa e grandes
mudanças na cultura europeia: o Renascimento, a Reforma, a revolução
científica. Se isso for verdade, podemos esperar que nossa revolução digital
tenha um efeito radical sobre a maneira de pensar. Minha teoria é que há uma
conexão entre os livros e uma visão de mundo que separa as coisas em categorias
rígidas. A tribo que chamo de "gente do livro" parece gostar de
categorias. É apenas durante o Parêntese de Gutenberg que as pessoas insistiram
tão "categoricamente" em que alguém é macho ou fêmea, negro ou
branco, humano ou animal, ser vivo ou máquina. Na Idade Média, antes da
imprensa, as misturas eram mais toleradas, e parece que estamos voltando a essa
tolerância.
Qual
a influência definitiva da era de Gutenberg para a Humanidade?
PETTITT: Difícil
dizer. Daqui a um século, é possível que turistas visitem bibliotecas da mesma
maneira que hoje nós vamos a museus para ver espadas e armaduras. A ideia de
parênteses (já que parênteses modificam a frase que ele interrompe) sugere que
não teríamos chegado onde estamos agora sem o período da imprensa. Mas isso não
significa que ele é um estágio obrigatório de desenvolvimento. Deve haver
muitas comunidades no que costumávamos chamar de Terceiro Mundo que eram
analfabetas até pouco tempo atrás, ou que não tinham dinheiro para livros, e
que passaram diretamente para os celulares e a internet, que simplesmente
pularam o Parêntese de Gutenberg. A verdadeira questão é: a época da imprensa
nos deu algo que não teríamos tido sem ela? E a resposta mais óbvia é: a
História. Para as culturas alfabetizadas, o que aconteceu no passado está registrado
em documentos, e a imprensa assegura que muitas cópias desses documentos
sobrevivam, e há muitas cópias dos livros de História que discutem o que os
documentos registram.
O
senhor disse que, na era de Gutenberg, o impresso era visto como uma garantia da
verdade, e que isso está deixando de existir. Com que rapidez isso está
acontecendo?
PETTITT: As
pessoas preferiam pensar de acordo com categorias, incluindo categorias de
mídia. Então, a escrita é mais verdadeira do que a fala, e a imprensa, mais
verdadeira que um manuscrito. Livros com encadernação de couro e letras
douradas são tratados com mais respeito do que panfletos. É só quando você
mesmo escreve um verbete de enciclopédia que se dá conta de que a capa de couro
não prova nada.
Como
a mídia tradicional pode se diferenciar neste mundo de abundância de
informação?
PETTITT: Esta
é uma das áreas nas quais a ideia do Parêntese de Gutenberg pode nos ajudar a
prever ou a lidar com o futuro. As coisas estão mudando muito rapidamente. A
maioria dos jornais complementou sua versão impressa com um site, e já foi
previsto que dentro de 15 anos a maioria dos jornais existirá apenas na sua
forma digital. Os jornais já não podem presumir que serão mais respeitados que
outras fontes de informação devido ao seu formato. A imprensa está no caminho
de saída, e qualquer veículo com patrocinadores generosos, não importa o quão
errônea ou extrema sua mensagem, pode criar um website tão impressionante como
o do mais respeitado jornal. Então, como os jornais podem convencer as pessoas
de que sua mensagem é mais confiável e que vale mais pagar por ela? Estamos de
volta à era pré-Gutenberg, quando os medievais recebiam notícias por meio de
rumores, e as notícias de lugares remotos chegavam por estrangeiros. Como
decidir em quem acreditar?
A chave é a reputação, ou a fama. Essa era a coisa mais importante nas sociedades orais, e o mesmo pode acontecer nas sociedades digitais. Na hora de decidir sobre a veracidade das notícias, o fator chave é a reputação do mensageiro.
A chave é a reputação, ou a fama. Essa era a coisa mais importante nas sociedades orais, e o mesmo pode acontecer nas sociedades digitais. Na hora de decidir sobre a veracidade das notícias, o fator chave é a reputação do mensageiro.
Agradeço
ao blog It's the End
of the World as We Know It, co irmão
quarta-feira, 30 de maio de 2012
VAI FAZER BOA ARQUITETURA ASSIM LÁ NO MEU ESCRITÓRIO
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/zaha-hadid-architects-roca-london-gallery-30-05-2012.html
terça-feira, 29 de maio de 2012
Moebius (Jean Giraud)
FÍSICA
QUÂNTICA PARA
PRINCIPIANTES (COMO EU)
Tenho
lido sobre física quântica como nova panaceia. Dizem que ela resolve até
problemas existenciais. Resolvi investigar o que é como funciona esta arte.
A
física quântica ou mecânica quântica, que é o nome mais preciso, estuda os
fenômenos subatômicos ou mesmo fenômenos macros, como a supercondutividade e
superfluidez, que somente podem ser explicados pelo mundo quântico.
A
palavra quântica vem do latim e significa quantidade.
Esses
fenômenos abrangem, como disse, medições subatômicas. Pela mecânica clássica, se
um elétron girar em torno de um próton por certo tempo, perderá energia e
acabará colidindo com o próton. Isso na verdade não acontece.
há pouco mais de cem anos, o físico Max Planck, tentando compreender a energia irradiada pelo espectro da radiação térmica, expressa como ondas eletromagnéticas produzidas por qualquer organismo emissor de calor, a uma temperatura x, chegou, depois de muitas experiências e cálculos, à revolucionária “constante de Planck”, que subverteu os princípios da física clássica.
há pouco mais de cem anos, o físico Max Planck, tentando compreender a energia irradiada pelo espectro da radiação térmica, expressa como ondas eletromagnéticas produzidas por qualquer organismo emissor de calor, a uma temperatura x, chegou, depois de muitas experiências e cálculos, à revolucionária “constante de Planck”, que subverteu os princípios da física clássica.
Este foi o início da trajetória da Física ou Mecânica
Quântica, que estuda os eventos que transcorrem nas camadas atômicas e subatômicas,
ou seja, entre as moléculas, átomos, elétrons, prótons, pósitrons, e outras
partículas. Planck criou uma fórmula que se interpunha justamente entre a Lei
de Wim – para baixas freqüências – e a Lei de Rayleight – para altas
freqüências - ao contrário das experiências tentadas até então por outros estudiosos.
Albert Einstein, criador da teoria da
relatividade foi o primeiro a utilizar a expressão quantum para a constante de
Planck E = hv, em uma pesquisa publicada em março de 1905 sobre as consequências
dos fenômenos fotoelétricos, quando desenvolveu o conceito de foton Este
termo se relaciona a um evento físico muito comum, a quantização – um elétron
passa de uma energia mínima para o nível posterior, se for aquecido, mas jamais
passará por estágios intermediários, proibidos para ele, neste caso a energia
está quantizada, a partícula realizou um salto energético de um valor para
outro. Este conceito é fundamental para se compreender a importância da física
quântica.
Seus resultados são mais evidentes na
esfera macroscópica do que na microscópica, embora os efeitos percebidos no
campo mais visível dependam das atitudes quânticas reveladas pelos fenômenos
que ocorrem nos níveis abaixo da escala atômica. Esta teoria revolucionou a
arena das ideias não só no âmbito das Ciências Exatas, mas também no das
discussões filosóficas vigentes no século XX.
A Física Quântica envolve conceitos
como os de partícula – objeto com uma mínima dimensão de massa, que compõe
corpos maiores e onda, a radiação eletromagnética invisível para nós, que não
necessita de um ambiente material para se propagar, e sim do espaço vazio. Enquanto
as partículas tinham seu movimento analisado pela mecânica de Newton, as
radiações das ondas eletromagnéticas eram descritas pelas equações de Maxwell.
No início do século XX, porém, algumas pesquisas apresentaram contradições
reveladoras, demonstrando que os comportamentos de ambas podem não ser assim
tão diferentes uns dos outros. Foram essas ideias que levaram Max Planck à
descoberta dos mecanismos da Física Quântica, embora ele não pretendesse se
desligar dos conceitos da Física Clássica.
A conexão da Mecânica Quântica com
conceitos como a não localidade e a causalidade, levou esta disciplina a uma
ligação mais profunda com conceitos filosóficos, psicológicos e espirituais.
Hoje há uma forte tendência em unir os conceitos quânticos às teorias sobre a consciência.
Físicos como o indiano Amit Goswami se
valem dos conceitos da Física moderna para apresentar provas científicas da
existência da imortalidade, da reencarnação e da vida após a morte. Professor
titular da Universidade de Física de Oregon, Ph.D em física quântica, físico
residente no Institute of Noetic Sciences, suas ideias aparecem no filme Quem
somos nós? e em obras como A Física da Alma, O Médico Quântico,
entre outras. Ele defende a conciliação entre física quântica, espiritualidade,
medicina, filosofia e estudos sobre a consciência. Seus livros estão repletos
de descrições técnicas, objetivas, científicas, o que tem silenciado seus
detratores.
Fritjof Capra, Ph.D., físico e teórico
de sistemas, revela a importância do observador na produção dos fenômenos
quânticos. Ele não só testemunha os atributos do evento físico, mas também
influencia na forma como essas qualidades se manifestarão. A consciência do
sujeito que examina a trajetória de um elétron vai definir como será seu
comportamento. Assim, segundo o autor, a partícula é despojada de seu caráter
específico se não for submetida à análise racional do observador, ou seja, tudo
se interpenetra e se torna interdependente, mente e matéria, o indivíduo que
observa e o objeto sob análise.
Outro renomado físico, prêmio Nobel de
Física, Eugen Wingner, atesta igualmente que o papel da consciência no âmbito
da teoria quântica é imprescindível.
Fonte:
InfoEscola
CHIFLADOS
Nossos irmãos europeus estão em rito de passagem. Esta historinha retrata
muito bem este momento.
La prestigiosa escritora española Rosa Montero publicó en su columna una
anécdota refrescante y conmovedora sobre la convivencia entre extranjeros y los
nacionales de un país. El artículo titulado 'El negro' ha causado gran
conmoción entre la población inmigrante de España.
Una historia de apenas tres párrafos se convirtió en el artículo más
leído del periódico el País de España, en su página de internet. Son líneas
conmovedoras sobre la inmigración, uno de los temas más delicados y que mayor
preocupación genera entre los ciudadanos europeos. La anécdota que cuenta Rosa
Montero es uno de los temas más comentados en redes sociales y considerada por
el escritor brasilero Paulo Coelho como lectura obligada.
Este es el mensaje:
‘El negro’
‘El negro’
Estamos en el comedor estudiantil de una universidad alemana. Una alumna
rubia e inequívocamente germana adquiere su bandeja con el menú en el mostrador
del autoservicio y luego se sienta en una mesa. Entonces advierte que ha
olvidado los cubiertos y vuelve a levantarse para cogerlos. Al regresar,
descubre con estupor que un chico negro, probablemente subsahariano por su
aspecto, se ha sentado en su lugar y está comiendo de su bandeja.
De entrada, la muchacha se siente desconcertada y agredida; pero enseguida corrige su pensamiento y supone que el africano no está acostumbrado al sentido de la propiedad privada y de la intimidad del europeo, o incluso que quizá no disponga de dinero suficiente para pagarse la comida, aun siendo ésta barata para el elevado estándar de vida de nuestros ricos países. De modo que la chica decide sentarse frente al tipo y sonreírle amistosamente. A lo cual el africano contesta con otra blanca sonrisa. A continuación, la alemana comienza a comer de la bandeja intentando aparentar la mayor normalidad y compartiéndola con exquisita generosidad y cortesía con el chico negro. Y así, él se toma la ensalada, ella apura la sopa, ambos pinchan paritariamente del mismo plato de estofado hasta acabarlo y uno da cuenta del yogur y la otra de la pieza de fruta.
Todo ello trufado de múltiples sonrisas educadas, tímidas por parte del muchacho, suavemente alentadoras y comprensivas por parte de ella. Acabado el almuerzo, la alemana se levanta en busca de un café. Y entonces descubre, en la mesa vecina detrás de ella, su propio abrigo colocado sobre el respaldo de una silla y una bandeja de comida intacta.
Dedico esta historia deliciosa, que además es auténtica, a todos aquellos españoles que, en el fondo, recelan de los inmigrantes y les consideran individuos inferiores. A todas esas personas que, aun bien ntencionadas, les observan con condescendencia y paternalismo. Será mejor que nos libremos de los prejuicios o corremos el riesgo de hacer el mismo ridículo que la pobre alemana, que creía ser el colmo de la civilización mientras el africano, él sí inmensamente educado, la dejaba comer de su bandeja y tal vez pensaba: "Pero qué chiflados están los europeos".
obrigado, Dila
obrigado Juan Luis Aguirre Peña
De entrada, la muchacha se siente desconcertada y agredida; pero enseguida corrige su pensamiento y supone que el africano no está acostumbrado al sentido de la propiedad privada y de la intimidad del europeo, o incluso que quizá no disponga de dinero suficiente para pagarse la comida, aun siendo ésta barata para el elevado estándar de vida de nuestros ricos países. De modo que la chica decide sentarse frente al tipo y sonreírle amistosamente. A lo cual el africano contesta con otra blanca sonrisa. A continuación, la alemana comienza a comer de la bandeja intentando aparentar la mayor normalidad y compartiéndola con exquisita generosidad y cortesía con el chico negro. Y así, él se toma la ensalada, ella apura la sopa, ambos pinchan paritariamente del mismo plato de estofado hasta acabarlo y uno da cuenta del yogur y la otra de la pieza de fruta.
Todo ello trufado de múltiples sonrisas educadas, tímidas por parte del muchacho, suavemente alentadoras y comprensivas por parte de ella. Acabado el almuerzo, la alemana se levanta en busca de un café. Y entonces descubre, en la mesa vecina detrás de ella, su propio abrigo colocado sobre el respaldo de una silla y una bandeja de comida intacta.
Dedico esta historia deliciosa, que además es auténtica, a todos aquellos españoles que, en el fondo, recelan de los inmigrantes y les consideran individuos inferiores. A todas esas personas que, aun bien ntencionadas, les observan con condescendencia y paternalismo. Será mejor que nos libremos de los prejuicios o corremos el riesgo de hacer el mismo ridículo que la pobre alemana, que creía ser el colmo de la civilización mientras el africano, él sí inmensamente educado, la dejaba comer de su bandeja y tal vez pensaba: "Pero qué chiflados están los europeos".
obrigado, Dila
obrigado Juan Luis Aguirre Peña
segunda-feira, 28 de maio de 2012
CUIDAR DOS FILHOS, UMA
OBRIGAÇÃO?
No programa da Ana Maria Braga, de hoje,
foram mostradas cenas de espancamento de uma menina, por uma babá.
A mídia tem essa obsessão de nos fazer
infelizes, desde as primeiras horas da manhã.
Desconsiderando esse fato, são uma
barbárie atitudes como estas, de um adulto agredindo uma criança indefesa. Mas
vamos procurar ver outros ângulos da questão.
Certamente,
a babá escolhida é uma pessoa despreparada para a função. Provavelmente é uma
pessoa que foi maltratada na infância e só conhece esse tipo de “educação”. Os
pais da menina podem não ter tido muita sorte ao contratar uma pessoa para
cuidar de sua filha.
Existem
excelentes creches e escolas maternais, soluções alternativas para pais ocupados.
Essas instituições exigem, entretanto, a coparticipação dos pais ou
responsáveis. E, nem sempre a convivência com os filhos é prioridade.
Muitas
vezes, a falta de tempo gera situações complicadas, mas quero mostrar outro
lado. Quero mostrar, ao pais, as vantagens de acompanhar seus filhos em todas
as fases de sua vida.
Alguém
já disse que a função dos filhos é educar os pais. Sábia afirmativa. Eu tenho
aprendido muito no relacionamento com meus filhos. Conviver com eles nunca foi
um fardo, foi um privilégio.
Não
precisei obrigar meus filhos a estudarem. Eles é que sempre me procuram para
sanar dúvidas a respeito de suas disciplinas.
Através
de minhas filhas conheci o encanto do balê. Aprendi a importância do esforço,
da disciplina, do trabalho em equipe. Guardo um carinho especial pela diretora
da escola, minha parceira educacional.
Meus
filhos nunca me faltaram com o respeito. Eu, também, nunca os desrespeitei.
Posso ser processado por isso, mas já dei umas palmadas na bunda deles. A meu
favor, tenho o argumento de foi no “calor da ação” e sempre admiti que havia me
excedido.
Hoje,
tenho a estranha sensação de que meus filhos me tratam como dependente deles.
Noto até a sua preocupação de me encaminharem para o que lhes parece o correto.
Modestamente,
sou um bom pai. Mas não sou o único. A maioria dos meus amigos, que são pais,
também são bons pais. Eles sabem o que estão ganhando.
domingo, 27 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
O ÚLTIMO BAILARINO DE
MAO
Há algum tempo, li o excelente Adeus,
China – O último bailarino de Mao, autobiografia de Li Cunxin.
O livro é emocionante. A gente o lê,
torcendo pelo pequeno Li, que, com muitas dificuldades, vai vencendo todos os obstáculos,
a partir de uma infância paupérrima, no interior da China comunista. A história
de Li Cunxin é também um libelo contra a tirania.
Ontem, vi o filme. Embora compactada,
a história de Li mantém a mesma emoção. Acrescenta, ainda, imagens que só o
cinema pode fornecer. A cena em que Li, após ter sido banido de seu país natal,
reencontra seus pais, de surpresa, em uma apresentação nos Estados Unidos, é
pura poesia. Duvido que alguém consiga enfrentar aqueles momentos sem chorar,
pelo menos por dentro. Eu não consegui.
O final, apoteótico, mostra Li
dançando, na sua aldeia, para o mestre chinês que o influenciou decisivamente.
É também cena belíssima, feita para se guardar para sempre na mente (e no
coração).
BONI
Olhem, o Boni deu nos dedos da mídia em
geral. É por essas e outras que cada vez
tenho menos vontade de ver televisão
Vale a pena
reproduzir as palavras de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a respeito
da televisão aberta, na atualidade, em entrevista à Larissa Roso, em ZH,
21/04/2012
Qual é o futuro da televisão?
Tudo o que é enlatado, tudo que a TV pode produzir
previamente, vai parar no vídeo on demand, que é a possibilidade de você pagar
para ver como um pay per view, na hora em que você quiser, onde você estiver.
É a extinção da grade da televisão. Essa grade que conhecemos
hoje está inteiramente superada. A TV tem que se dedicar mais a jornalismo,
esporte e eventos ao vivo. Tem que ganhar, em relação à internet, em
velocidade. Imediaticidade será o objetivo.
Coberturas ao vivo terão que de acontecer com frequência e
não esporadicamente.
A TV vai ter que arranjar meios de ser um grande Big Brother.
Tem que usar as câmaras da Prefeitura, as câmaras de segurança dos edifícios, dos
shoppings. Não vai poder mais arquivar notícia para exibi-la em determinado
horário. Tudo para brigar com a internet.
O Brasil está muito
atrasado?
Muito. Estamos acomodados, vivendo a fase de implantação da TV
digital, sem nos preocuparmos com o futuro. Tem gente que diz que devemos ter
um olho no futuro e outro no presente. Eu não, tenho os dois olhos no futuro e
os dois pés no chão. Como a tecnologia sempre nos atropela, acho que estamos tão
lentos, tão lentos, que sofreremos um grande atropelamento.
O entretenimento vai
perder espaço para o noticiário?
Grande parte, sim, para o streaming do vídeo e o vídeo on
demand. Hoje, seriados e filmes são baixados com rapidez razoável na internet. Considero
a internet e a telefonia móvel,aliadas. É uma maneira de ampliar a distribuição
do vídeo. Tudo isso é uma coisa só: televisão.
Como essas mudanças vão
alterar o dia a dia de quem vê novela?
A novela é uma coisa típica do Brasil e de alguns países
latino americanos e vai manter sua fidelidade. É o entretenimento que menos
sofrerá. O espectador participa muito, é uma forma de obra aberta. As emissoras
que tentaram fazer novela como uma obra fechada, viram que não deu certo. Você
tem que escrever e acompanhar os anseios do telespectador. É um gênero que vai
resistir às mudanças.
E as séries com um
episódio por semana?
Terão que ser alteradas. Vão sair da grade. Todos os
enlatadas terão que sair. A TV não sobreviverá com enlatados, a não ser as
estações segmentadas, como um canal que só passa seriados policiais.
Quando? Agora?
O tempo já passou. Vejo com angústia que as coisas continuam
iguais há muito tempo. Não vi mudanças significativas nestes 12 anos depois que
deixei a Globo. A única coisa que surgiu de novidade foi o Big Brother. Tem
gente muito boa na TV, mas é preciso ter uma contribuição de fora, de conteúdo,
de autor. A TV tem que ousar, trazendo gente sem vício de fazer TV, senão fica
tudo igual. A mesmice é cansativa.
O que o senhor tem
observado em outros países?
Nos Estados Unidos, vejo um grande esforço para melhoria de
conteúdo. De 2005 para cá, o conteúdo das séries melhorou muito. Depois daquela
greve dos roteiristas (entre 2007 e 2008), as emissoras trocaram os velhos
profissionais de televisão por gente que estava no cinema, gente nova, criativa.
As séries norte-americanas são muito interessantes. Imagino que também vão parar no vídeo on demand,
mas são muito interessantes. A TV americana está ampliando os horários de
jornalismo. O que era de meia hora passou a ter duas horas. O volume de informação
cresceu muito.
Nossos canais tem pouca
informação.
Sim. O volume de notícias nos canais abertos é pequeno. As redes
tem que abrir mais espaço para a TV local e a regional. A grande arma da TV
contra as redes sociais, a internet e a telefonia celular será a cobertura
intensa das coisas locais e regionais. Não vejo isso como futurólogo. É uma
experiência do passado projetada no futuro.
A CNN apresenta
noticiário a maior parte do tempo e se repete muito. Torna-se cansativo.
Esses canais, como a CNN, todos são malfeitos. Imagino algo
mais amplo que simples informação de política e polícia. Você tem serviço a
prestar, de uma forma que não seja aquele boletim de notícia que se repete de
hora em hora quase sempre com a mesma notícia. Isto é pouco investimento,
preguiça ou falta de percepção daquilo que o mercado quer. Este modelo de
estação de hard news que fica repetindo as notícias mais importantes, também
está ultrapassado. A CNN está ultrapassada há 10 anos. Mas isso é lá com eles.
Quem sou eu para dar palpite?
A programação ao vivo
se impõe quando ocorre algo espetacular, uma tragédia de grandes proporções.
Mas como investir na transmissão em tempo real num dia de marasmo?
Temos de parar de fazer jornalismo de agenda. Falta jornalismo
investigativo e de prestação de serviços. Essas duas coisas podem ser feitas e podem
ser extremamente úteis independentemente de um grande acidente. A televisão não
pode ficar à espera da queda de um avião. Ela tem que criar. É raro encontrar
um matéria feita com exclusividade.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
QUESTÕES ONÍRICAS
Dormir, dormir... sonhar
talvez.
William Shakespeare
Quando a luz acende é uma
tristeza, trapo, presa
Minha coragem muda em cansaço
Toda fita em série que se preza, dizem, reza
Acaba sempre no melhor pedaço
Minha coragem muda em cansaço
Toda fita em série que se preza, dizem, reza
Acaba sempre no melhor pedaço
Aldir Blanc
Sonhar é acordar-se para dentro.
Mário Quintana
Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis.
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis.
Fernando Pessoa
"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão"
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão"
Chico Buarque
Mais vale sonharmos a nossa vida do que vivê-la, embora vivê-la seja
também sonhar.
Marcel Proust
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa
Hoje já não durmo para descansar, durmo para sonhar
Walt Disney
A coisa mais legal para mim é dormir, porque ao menos eu posso sonhar
Marilyn Monroe
Alguns homens veem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com
as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?'
George Bernard Shaw
Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso!
Miguel de Cervantes
Será
que a realidade não é apenas a plataforma do grande jogo que é sonhar?
segunda-feira, 21 de maio de 2012
a classe operária vai ao paraiso
A CULPA É DO LULA
Os oito anos do governo Lula
ficarão, na história republicana do Brasil, como os anos em que mais de trinta
milhões de brasileiros saíram da linha da miséria. Isso não é pouco. Poucos
países conseguiram fazer isso em pleno regime democrático.
Esse feito foi reconhecido pela UNESCO que considerou o
programa Bolsa Família como programa modelo para erradicação da miséria.
O custo deste esforço foi enorme, em termos políticos,
pessoais e financeiros. O escândalo do mensalão é só um exemplo, revelador da
estrutura carcomida de nossa política.
Esse fato já é história. Quero falar, aqui, em
desdobramentos que costumam passar despercebidos no nosso dia a dia. A grande
massa humana que deixou a miséria passou a consumir, até com avidez. A base
creditícia, implantada pelo governo, facilitou tudo.
Essa imensa população recebeu recursos, mas não educação.
Nós, a antigamente chamada classe dominante, tivemos que
dividir espaço com a nova classe. Esta, antes, sem recursos até para sobreviver,
vivia em silêncio em seus casebres. Agora circula nos mesmos espaços em que
circulamos. Como para eles, consumir é novidade, cometem este privilégio com
grande estardalhaço.
Os
carros e motos usados que adquiriram possuem seus escapamentos em petição de
miséria. Mas isso é motivo de júbilo para eles, porque precisam mostrar a todo
mundo que agora tem esses objetos de desejo. Muitos colocam equipamentos de som
em seus veículos e o usam em alto volume, pelo mesmo motivo.
Lembram que nas TVs abertas podíamos assistir bons filmes na
madrugada? Agora não mais. Agora só filmes de pancadaria, bem ao gosto da
classe emergente.
Se deram conta que os noticiários, em nossas mídias, viraram
crônicas policiais, espargindo sangue? É o que agrada a nova classe emergente.
Os crimes também aumentaram. São os emergentes partidários
do “vai ou racha”.
Pois é, tudo culpa do Lula.
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