AFINAL,
PARA QUE SERVE A FELICIDADE?
Agnés Varda dirigiu um filme muito
interessante. Seu nome: Le Bonheur. No Brasil traduziram para As Duas Faces da
Felicidade, título que não expressa a sutileza do tema.
O filme narra a estória de um homem simples,
casado, que ama sua mulher e seus dois filhos. Ela também o ama. Ele
sente-se realizado com seu trabalho. Todos compõem uma família feliz.
Ao realizar uma viagem a trabalho, o
homem encontra-se com outra mulher, solteira, apaixona-se e começa a ter um
caso com ela. Ele descobre, assim, um desdobramento de sua felicidade. Sente
que necessita contar para sua esposa aquela nova experiência, afinal eles nunca
tiveram segredos um para o outro.
Em um fim de semana, no parque em que sempre a família se diverte, o homem conta para a mulher sua nova experiência,
sempre afirmando que continua a amá-la. Ela pergunta se ele também ama a outra. Ele
afirma que sim, ama as duas. Ela, aparentemente, aceita a nova situação.
Ele dorme e quando acorda, verifica
que sua mulher desapareceu. Acaba descobrindo que ela tinha se suicidado,
afogando-se no lago do parque.
O homem enterra sua esposa e logo
procura a outra, a quem propõe casamento. Ela aceita e logo é constituída uma
nova família, com a mesma felicidade anterior.
Existe muita gente que desperdiça a
vida procurando a felicidade. Comete um engano básico.
A felicidade não é finalidade de
vida. Na verdade, a felicidade não é finalidade de nada. A finalidade da vida é
servir.
A felicidade é apenas um subproduto,
não essencial, da trajetória básica de vida, que é de servir.
Se pudéssemos perguntar à Madre
Teresa de Calcutá se ela era feliz, provavelmente ela sorriria apenas. Essa
pergunta não teria sentido para ela. Porque felicidade é um estado de fé e este
estado era da própria essência de Madre Teresa.
Vejam bem, não participo de nenhuma
filosofia estoica. Apenas sou prático.
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