sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Madeireiros queimam criança indígena no Maranhão, mas imprensa silencia
Uma criança de oito anos da etnia Awá-Gwajá foi queimada viva por madeireiros no município de Arame, a 476 km de São Luís (MA). Ela faleceu no local. A informação, inicialmente divulgada pelo jornal "Vias de Fato", foi confirmada pelo representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) no estado, Gilderlan Rodrigues da Silva.
Mídia muda
De acordo Gilderlan, a Fundação Nacional do Índio (Funai) foi alertada pelos Awá-Gwajá várias vezes a respeito da proximidade dos madeireiros da região no território indígena, mas não se mobilizou. "Qualquer questão de abuso contra os indígenas daqui pouco sai na mídia. Os madeireiros são muito blindados pela imprensa para não sujar a imagem das invasões das terras indígenas", disse o representante do CIMI, ao Informe JB. Jornalistas do "Vias de Fato" disseram que a influência do senador José Sarney (PMDB-AP) nos jornais locais é muito forte para que os problemas da questão indígena sejam divulgados.
Ação
O Conselho Indigenista informou que alguns membros da tribo já entraram em contato com a Funai e com o Ministério Público. Eles procuram um índio que afirma ter filmado a criança carbonizada, mas encontram dificuldade graças ao isolamento dos Awá-Gwajás. A tribo vive numa região de difícil acesso e receio de manter contato com o homem branco.
Velha história
De acordo com o "Vias de Fato", a complacência da mídia e do poder público com os abusos cometidos contra tribos indígenas e quilombolas no Maranhão é recorrente. Recentemente, um quilombola maranhense teve seu poço d'água envenenado e vários animais morreram. A ação teria partido de fazendeiros.
A REVOLTA
DOS
SENADORES
Nossos
senadores estão revoltados. O salário dos senadores, nominalmente, é de R$
26.723,12. Acima desse valor incidem as chamadas “verbas indenizatórias”.
Estima-se que
o senador José Sarney receba em torno de R$ 80.000,00, porque, além de seu salário
de senador, acumula, ainda que ilegalmente, duas aposentadorias, uma como
ex-governador e outra como servidor do Tribunal de Justiça.
Pelo menos,
outros seis senadores ganham, como Sarney, aposentadoria como ex-governadores.
São eles Epitácio Cafeteira, José Agripino Maia, Valdir Raupp, Ivo Cassol,
Jorge Viana e Pedro Simon.
Como disse,
nossos senadores estão revoltados. Além de seus treze salários, como todo o
trabalhador recebe, eles também usufruem de um décimo quarto e décimo quinto
salário, não me perguntem como.
Pois não é que
a Receita Federal está cobrando o imposto não pago, pelos últimos cinco anos,
do décimo quarto e décimo quinto salário dos senadores, que o setor de
pagamento do senado “esqueceu de cobrar” na fonte e os parlamentares “esqueceram”
de declarar.
Nossos
senadores estão revoltados. Alguns sugerem que o Tesouro Nacional (todos nós)
paguemos esta conta. Outros ameaçam entrar em greve.
O problema
desta última solução é que ninguém vai notar a paralisação de nossos
representantes.
Fonte: Ruth de Aquino, ÉPOCA, 13/08/2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
momento histórico
lavei a alma (3)
A corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, afirmou nesta quinta-feira, dia 30, que o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) será um "farol para iluminar" a definição dos valores morais, éticos e políticos do país.
"Todas as vezes que a Justiça sinaliza para a sua atuação firme e segura ela serve de exemplo, de baliza, principalmente quando vem do STF, que é a corte maior do país. Eu sempre disse que esse julgamento estava na mira da população como sendo uma espécie de farol para iluminar a partir daqui", disse.
Calmon declarou que o STF não falhou "pelo que disse até agora", mas, mesmo sem conhecer os autos, vê que a situação dos 27 acusados é complicada. "Eu não conheço as provas dos autos, mas pelo que vimos até aqui, verificamos que as provas são desfavoráveis aos réus."
momento histórico
lavei a alma (2)
O presidente do Supremo
Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, votou na audiência desta
quinta-feira, dia 30, o item 3 do julgamento do mensalão. Último ministro a dar
seu parecer, Britto seguiu integralmente a decisão do relator, Joaquim Barbosa,
e condenou todos os réus analisados.
Ao final da sua decisão, o presidente leu o parecer com os votos de todos os
ministros. O deputado João Paulo
Cunha foi condenado por corrupção passiva e peculato. O
revisor, Ricardo Lewandowsky, e Dias Toffoli, que absolveram o réu, foram
vencidos.
O publicitário Marcos Valério e os seus ex-sócios Cristiano Paz
e Ramon Hollembach foram condenados por corrupção ativa e três peculatos. O
ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi considerado culpado por
desvio de dinheiro público.
O ex-ministro Luiz
Gushiken foi absolvido de acordo com o resultado provisório da
votação do item 3.
Ao final da contagem, Barbosa deu início à leitura do seu voto sobre o item 5,
que trata dos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira.
...Não é preciso alongar-se muito sobre o que
estamos cansados de saber: a velhice é um espantalho contemporâneo e ninguém
quer enxergar tais traços em si mesmo.
Mais
do que uma questão de estética, é o pânico da finitude que se trata.
Um
idoso é alguém que tem mais vida para trás que para frente, mas somos gulosos da nossa existência, queremos um crédito infinito, o consolo de que se pode
recomeçar a cada instante, que nada acabe.
Ignoramos
que a trajetória de uma vida se faz de sucessivas mortes do que já fomos. Mesmo
a velhice obriga à constante reinvenção, pois as inevitáveis limitações
precisam ser contornadas com a descoberta de novos prazeres, o da
tranquilidade, por exemplo.
Confundimos
potencial com potência, ter muita vida pela frente significa mais tempo para
tornarmos mais próximos da perfeição. Mas jamais voltaria, pois amadurecer dá
muito trabalho e nem pensar em reencontrar com todas as incertezas e os medos
do passado.
Cada
fio grisalho que nasce é troféu de uma batalha vencida e há uma humildade que
só o tempo ensina, na marra...
...Já
foi difícil chegar até aqui e não vou recuar.
Diana Corso, psicanalista – ZH 10/07/2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O poder das empresas
tornou-se um risco global
O diretor da revista Foreign Policy afirma que o gigantismo
das corporações e o enorme poder político amealhado por elas subvertem as
regras da democracia.
Entrevista: David
Rothkopf, revista ÉPOCA, 13/08/2012, (trechos).
– Os governos nacionais
não conseguiram manter o ritmo de crescimento enquanto as multinacionais
cresciam?
Os governos cresceram também. Mas
mesmo o maior dos governos enfrenta limites nos gastos discricionários à sua
disposição. Uma economia como a da Suécia tem menos recursos disponíveis que
uma empresa como a (petrolífera americana) Exxon Mobil, cujo faturamento anual
é comparável ao PIB sueco. O orçamento do governo sueco é dirigido
principalmente para os direitos da população. O dinheiro que se gasta em
diplomacia é menor do que a Exxon gasta globalmente com relações públicas. O
número de países em que a Exxon atua supera o número de países em que a Suécia
tem embaixadas. Em parte, essas mudanças são devidas à evolução tecnológica, à
globalização, às exigências das novas economias. Mas também se devem à
influência política acumulada por essas empresas e usada para bloquear regulamentações
globais e mecanismos dos Estados-nação para contrabalançar as concentrações do
poder privado.
ÉPOCA – O senhor fala em “diferentes tipos de
capitalismo”. Qual poderia ser o sucessor do modelo americano?
O fim da guerra fria não encerrou o
debate sobre o sistema ideal para alcançar justiça social e oportunidade
econômica, apesar de livros e artigos dizerem o contrário. Nas duas décadas
seguintes ao fim da guerra fria, diversas modalidades de capitalismo surgiram:
o capitalismo “com características chinesas”; o capitalismo democrático de
desenvolvimento das grandes economias emergentes, como Brasil e Índia, que têm
de equilibrar as necessidades de mercado com as sociais; o capitalismo de
pequenos mercados empreendedores, encontrado em Cingapura, Israel e Emirados
Árabes Unidos; o eurocapitalismo. Cada um é diferente na maneira de equilibrar
o poder público e privado ou de lidar com as necessidades da comunidade contra
as do indivíduo. Todos são diferentes do capitalismo anglo-americano, porque
eles têm um papel maior para o governo como garantidor de um jogo justo, como
um provedor dos serviços essenciais. Mesmo com todos os problemas da Europa de
hoje, muitos países do norte europeu têm maiores taxas de criação de emprego do
que os EUA. Têm também menos desigualdade, maior crescimento industrial,
melhores tratamentos de saúde, melhor educação, mais gastos para pesquisa e
desenvolvimento, maior qualidade de vida que os americanos. E fazem isso com
mais responsabilidade fiscal que os EUA. Para mim, portanto, o sistema deles
funciona melhor que o americano.
Intervenção
minha: Esse discurso não é mesmo das esquerdas brasileiras de anos atrás, “mutatis
mutandis”?
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
amor por porto alegre
Este é o slogan de campanha apresentado por uma das coligações que
disputam a Prefeitura de Porto alegre. Amor, pobre termo, tão gasto, vilipendiado.
Os cidadãos de Porto Alegre estão cansados de “amor” e
outros epítetos forjados na hora da campanha eleitoral e rapidamente esquecidos
após o escrutínio.
O porto alegrense não precisa de amor, precisa de trabalho
honesto, dedicação e, principalmente, de uma boa gestão. O amor pode ser
guardado para a intimidade da vida de cada político.
Sérgio Buarque de Holanda forjou a expressão “brasileiro
cordial” referindo-se a nossa maneira de viver, colocando a emoção à frente da
racionalidade. Brasileiro cordial é aquele que defende a lei quando ela lhe
interessa, mas tenta ludibria-la quando isso lhe traz vantagens. Brasileiro
cordial é aquele favorável à ecologia mas que joga lixo no chão quando ninguém
está vendo. Brasileiro cordial quer levar vantagem no trânsito. Brasileiro
cordial reclama dos políticos mas, na primeira oportunidade, procura corromper agentes
públicos.
Brasileiro cordial é aquele
que abraça efusivamente seu próximo, pensando na melhor maneira de apunhalá-lo.
Brasileiro cordial é aquele que fala de amor em vão, para
tomar o poder e locupletar-se. Brasileiros cordiais sou eu, tu, somos todos
nós.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
gene Kelly
Há cem anos, nascia
Gene Kelly, genial intérprete, dançarino, coreógrafo e diretor de cinema. Ele
morreu em 2 de fevereiro de 1996, em sua casa, enquanto dormia.
Gene
Kelly veio de uma família humilde. Desde cedo se apaixonou por dança. Quando
menino, por falta de uma partner, treinava com seu irmão. Essa experiência
tornou sua dança forte e viril, diferente de seu contemporâneo Fred Astaire,
que tinha coreografia mais sutil, feminina.
Kelly
fez muitos filmes de sucesso, revolucionando a técnica da dança, criando escola
que continua atual até hoje. Vejam, por exemplo, John Travolta em “Embalos de
Sábado à Noite”.
Entretanto,
ele sempre será lembrado pelo papel que fez em “Cantando na Chuva” (1951). A
cena, antológica, em que ele dança debaixo de uma tempestade, tem um simbolismo
marcante. Os Estados Unidos perderam o melhor de sua juventude no confronto com
o nazismo na Segunda Guerra Mundial, e, no filme, Kelly demonstra que sempre se
pode extrair magia, arte e otimismo com o pior dos cenários.
O valor dos imóveis equivale a 150% do que Luiz Estevão deve à União. O acordo entre a AGU e o Grupo OK tem o aval do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério Público e da Justiça do Trabalho. Segundo a AGU, este é o maior caso de recuperação de recursos desviados em crime de corrupção.
Em razão dos desvios no TRT na década de 1990, Luiz Estevão foi condenado em junho pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 31 anos de prisão, pelos crimes de peculato, estelionato, corrupção, uso de documento falso e formação de quadrilha.
Os empresários José Eduardo Correa Teixeira de Ferraz e Fábio Monteiro de Barros Filho, ex-sócios da construtora Incal, que teriam desviado verba pública destinada à obra, também foram julgados. Ferraz foi condenado a 27 anos e Barros Filho, a 32 anos de prisão - todos em regime inicial fechado.
Agência Estado
domingo, 19 de agosto de 2012
Essa conversa não é sobre você
TAMARA FREIRE
Querido estudante branco, de classe
média, que faz cursinho pré-vestibular particular: eu sei que é difícil quando
alguém nos faz enxergar nossos próprios privilégios, mas deixa eu tentar mais
uma vez.
Eu (e mais uma penca de gente, me
arrisco a dizer) não me importo com o quão “difícil” será para você entrar
naquele curso de medicina mega concorrido com o qual você sonha, porque,
simplesmente, esta conversa não é sobre você.
Eu sei que praticamente todas as
conversas deste mundo são sobre você e você está acostumado com isso, então
deve ser um baque não ser o centro das atenções. Mas, seja forte! É verdade:
nós não estamos falando sobre você.
Quando você chora pelo sonho que
agora parece mais distante de se realizar, suas lágrimas não me comovem. Porque
o que me comove são as lágrimas daqueles que nascem e crescem sem qualquer
perspectiva para alimentar o mesmo sonho que você. É sobre essas pessoas que
estamos falando e não sobre você.
Quando você esperneia pelos mil reais
gastos todos os meses com a mensalidade do seu cursinho e que agora se revelam
“inúteis”, eu não me comovo. Porque o que me comove são as milhares de famílias
inteiras que se sustentam durante um mês com metade da quantia gasta em uma dessas
mensalidades. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.
Quando você argumenta que, na verdade, seus pais só pagam seu cursinho
porque trabalham muito ou porque você ganhou um desconto pelas boas notas que
tira, eu não me comovo. Porque o que me comove são as pessoas realmente pobres,
que mesmo trabalhando muito mais do que os seus pais, ainda assim não podem
dispor de dinheiro nem para comprar material escolar para os filhos, quem dirá
uma mensalidade escolar por mais barata que seja. É sobre essas pessoas que
estamos falando, não sobre você.
Quando você muito benevolente até admite que alunos pobres tenham alguma
vantagem, mas acredita ser racismo conceder cotas para negros ou outros grupos
étnicos e usa até os dois negros que você conhece que conseguiram entrar numa
universidade pública sem as cotas, como exemplo de que a questão é puramente
econômica e não racial, eu não me comovo. Na verdade, eu sinto uma leve vontade
de desistir da raça humana, eu confesso, mas só para manter o estilo do texto
eu preciso dizer que o que me comove é olhar para o restante da sala de aula
onde esses dois negros que você citou estudam e ver que os outros 48 alunos são
brancos. E olhar para as estatísticas que mostram a composição étnica da
população brasileira e contatar a abissal diferença dos números. É sobre os
negros que não estão nas universidades que estamos falando, não sobre você ou
seus amigos.
Se a coisa está tão ruim, que tal
propormos uma coisa: troque de lugar com algum aluno de escola pública. Já que
não é possível trocar a cor da sua pele, pague, pelo menos, a mensalidade para
que ele estude na sua escola e se mude para a dele. Ou, seja a cobaia da sua
própria teoria. Já que você acredita que a única ação que deveria ser proposta
é melhorar a educação básica: peça para o seu pai investir o dinheiro dele em
alguma escola, entre nela gratuitamente junto com alguns outros alunos, estude
nela durante 12 anos e então volte a tentar o vestibular. Ah, você não pode
esperar tanto tempo? Então, porque os negros e pobres podem esperar até mais,
já que todos sabemos que o problema da má qualidade da educação básica no
Brasil não é algo que pode ser resolvido de ontem pra hoje?
Então, por favor, reconheça o seu
privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa
não é sobre você. Já existem espaços demais no mundo que têm a sua figura como
estrela principal, já passou da hora de mais alguém nesse mundo brilhar.
"Meu
otimismo é baseado na certeza de que esta civilização vai desmoronar,
Meu
pessimismo é baseado no medo de que ela nos carregue junto em sua queda."
Jean François Brient
"Que época terrível é esta em que
cegos são governados por idiotas."
William Shakespeare
Socializo, a seguir, o clipe de Jean François Brient.
Embora não concorde com suas propostas, porque a democracia "é o pior dos sistemas, mas ainda não inventaram outro melhor", o clipe vale para chamar a atenção sobre a alienação crescente da sociedade de consumo e pela incapacidade do sistema de refrear a destruição de nosso planeta.
obrigado, Erion
Apagou geral
Quantos dias mais até a greve em larga escala do funcionalismo público estar
nas manchetes gerais, inclusive do exterior? O estrago já avançou e está na
fronteira do caos, se é que não a ultrapassou. Já tivemos o apagão energético,
flertamos ainda com o apagão da telefonia celular, há quem tema outro na
internet e agora estamos entrando no apagão do serviço público.
É uma coisa impressionante. Mal uma
categoria acaba a sua, outra o começa. E não é, ao que tudo indica, briga das
centrais sindicais com dona Dilma. O movimento como um todo escapou do controle
da CUT & Cia. A criatura domina o criador.
sábado, 18 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade)
a
reinvenção da privada
vem aí o windows pv
O fundador da Microsoft e filantropo global, Bill Gates, lançou
nesta terça-feira a busca por um sanitário que atenda melhor às necessidades
dos países em desenvolvimento.
A Fundação Bill e Melinda Gates iniciou assim a "Feira da
Reinvenção da Privada", em Seattle, e concedeu prêmios às melhores
inovações na área.
"Os sanitários são extremamente importantes para a saúde
pública e, se pensarmos, inclusive para a dignidade humana", disse Bill
Gates no site www.thegatesnotes.com.
"As privadas que utilizamos no mundo desenvolvido são
irrelevantes, pouco práticas e impossíveis para 40% da população mundial diante
da falta do acesso à água, à eletricidade e às redes de esgotos".
A "Feira da Reinvenção da Privada" é descrita como uma concentração de mais de 200 inventores, projetistas, investidores e especialistas em sistemas de gestão de dejetos.
A "Feira da Reinvenção da Privada" é descrita como uma concentração de mais de 200 inventores, projetistas, investidores e especialistas em sistemas de gestão de dejetos.
Universidades de Grã-Bretanha, Canadá e Estados Unidos receberam
prêmios por uma competição que começou no ano passado em busca de um sanitário
melhor.
O primeiro lugar foi para o Instituto de Tecnologia da
Califórnia, por desenhar um sanitário que utiliza energia solar e gera
hidrogênio e eletricidade.
A britânica Universidade de Loughborough obteve a segunda
posição, com um sanitário que transforma os dejetos em carvão biológico,
minerais e água limpa.
O terceiro lugar coube à Universidade de Toronto, por um
sanitário que recupera os minerais e a água e desinfeta os dejetos humanos.
"Quatro a cada dez pessoas do mundo não têm um local seguro
para defecar", afirma a Fundação Gates em um vídeo.
"Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas no mundo não têm
acesso a sistemas sanitários seguros para suas necessidades básicas
corporais", segundo Bill Gates.
"Além da questão da dignidade humana, esta falta de acesso
coloca em risco vidas humanas, cria um peso econômico e sanitário nos países
pobres e prejudica o meio ambiente", afirmou Gates.
A comida e a água contaminada com fezes causam doenças
intestinais que matam milhões de crianças anualmente, mais que a Aids e a
malária juntas. "Inventar novos sanitários é uma das coisas mais
importantes que podemos fazer para reduzir a mortalidade, as doenças, e
melhorar a vida das pessoas", concluiu Gates.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
AMOR
2.0
Conheceram-se em uma rede social. Meio por comodidade, ele a aceitou,
quando outra amiga comum a indicou.
Um comentário dela, quando curtiu uma
foto dele exibindo músculos, deflagrou o papo. A partir desse acontecimento, as
postagens mútuas aconteceram de maneira frenética.
Quando perceberam, estavam
loucamente (virtualmente) apaixonados. Ele foi o primeiro a declarar seu amor. Tascou:
Eu
te amo.
Ela
respondeu:
E por aí foram as declarações.
Com o tempo, as glândulas foram tomando conta do romance. Afinal, ambos eram jovens. E as naturais dificuldades de vocabulário sempre poderiam ser substituídas por emoticons:
Não vejo a hora de te dar um beijo
E depois:
Estou me sentindo molhada!
Marcaram um encontro no MacDonalds
Quando se viram, ambos estavam constrangidos. A liberdade da comunicação virtual fora substituída pela dura realidade. Ele a achou baixota e gorda. Ela implicou com seu rosto cheio de espinhas que, certamente, o foto shop tinha corrigido.
Comeram em silêncio seus Big Macs. Trocaram uns beijinhos no rosto e despediram-se para nunca mais.
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