A QUEM INTERESSA CRIMINALIZAR A RELIGIÃO
MUÇULMANA
A
população do mundo ocidental está com medo. Mais uma vez, o terror mostra sua
face. Alguns dizem que estes atos demonstram a falta de Deus.
Calma
com o andor. Os crimes foram cometidos em nome de Deus. Podemos afirmar que
estamos com excesso de Deus.
Na
verdade, embora a imprensa internacional nos bombardeie com a ideia de que as
motivações terroristas são ideológicas, provocadas por um braço radical do
Islamismo, isso não é verdade. Um alto representante religioso disse que os
atos terroristas fazem mais mal para a religião islâmica do uma pretensa
blasfêmia a Maomé. Certamente, a população de profissão islâmica foi a mais
prejudicada nesse episódio, assim como o segmento mais beneficiado foi a
extrema direita, xenófoba e racista, que deseja varrer a população emergente do
terceiro e quarto mundo que invade a Europa.
Algum
tempo, li um artigo feito em cima de pesquisa sobre motivações de homens e
mulheres bomba. De maneira geral, os mártires tem uma visão muito superficial
da religião muçulmana. O que os atrai para o sacrifício é o reconhecimento de
seu povo e, principalmente, a proteção financeira de sua família. Não podemos
esquecer de que essas populações vivem em situações de miséria inimagináveis
para nós. Essa história de morrer para possuir setenta virgens no paraíso é balela.
O
que está acontecendo é que o mundo está todo conectado. Todos começam a ter
ideia de que pode existir mundo melhor, mais justo, do que aqueles que vivem,
muitas vezes de injustiças sociais degradantes, onde a vida não vale quase
nada. Esse mundo melhor ficou mais perto e mais factível. Esse mundo,
entretanto, é perigoso para aqueles que sempre viveram da exploração de seus
semelhantes, daqueles estão acostumados a manter o poder a custa de iniquidades
e crueldades.
Para
eles, basta colocar a responsabilidade dos males do mundo nos povos
desenvolvidos. Aí entra a religião muçulmana. Ela é uma bandeira para seus
desígnios. É utilizada por ser intolerante com outras religiões, como são
intolerantes as cristãs e a sionista, todas descendentes dos ensinamentos de
Moisés.
Mas
para um povo que não conhece regime democrático, que não conheceu a revolução
industrial, que ainda vive a idade média, com altos níveis de analfabetismo,
isso é suficiente.
É
a velha luta de classes, identificada por Marx, agora em nível planetário. Não
é luta ideológica, não é luta religiosa, embora esses fatores estejam
presentes.
Os
povos ocidentais, desenvolvidos, certamente, com seu desprezo aos povos mais
atrasados, tem papel preponderante na manutenção da miséria. Se os Estados
Unidos tivessem utilizado uma porção ínfima dos dólares que queimaram arrasando
populações como a afegã, em educação e respeito aos costumes daqueles povos,
certamente, hoje, não teríamos terrorismo. O mesmo se pode dizer dos europeus,
com seu trágico colonialismo.
Mas
o terrorismo também interessa aos líderes dos povos desenvolvidos. Sim, porque o
medo, incutido na população, facilita seu domínio, domesticando-a.