ESTOU ORGULHOSO DE MEU PAÍS. JÁ TEMOS O NOSSO AL
CAPONE! ALIÁS, ELE É MUITO MAIS. É PARTE DA ESTRUTURA DE UMA CLEPTOCRACIA.
A GÊNESE DESSA SITUAÇÃO FOI A NECESSIDADE DO
EXECUTIVO DE COOPTAR O LEGISLATIVO. NO GOVERNO FERNANDO HENRIQUE, O SUBORNO ERA
FEITO COM CARGOS. NO GOVERNO LULA, A TÉCNICA FOI SIMPLIFICADA E O SUBORNO
PASSOU A SER EM DINHEIRO MESMO.
TORNOU-SE PARTE ESSENCIAL DA TOMADA DE PODER
PELO PT. AGORA, ATÉ O PT FOI SUPLANTADO PELO LULISMO. VIVEMOS EM UMA JELÉIA GERAL. QUE VERGONHA!
DIZEM QUE A GUERRA É A EXTENSÃO DA POLÍTICA. O QUE ESTAMOS VENDO É O CRIME SER A EXTENSÃO DA POLÍTICA
BRASÍLIA - O conjunto de gravações da Polícia
Federal sobre as relações entre Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o bicheiro
Carlinhos Cachoeira mostram que em março de 2011 o senador tentou indicar uma
pessoa ligada ao bicheiro, a pedido dele, para os quadros da Receita Federal.
Esse era o período em que Demóstenes estava aprofundando seus laços com o braço
internacional da quadrilha, mantendo contato e fechando negócios com o
argentino Roberto Coppola, apontado pela PF como um "mega empresário argentino
do caça-níqueis" e consultor de Cachoeira na Argentina e Uruguai.
Para tentar pôr um nome de Cachoeira
na Receita, mesmo sendo um dos principais líderes da oposição, Demóstenes
procurou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ex-ministro da Fazenda e
ex-secretário da Receita. O diálogo gravado pela PF mostra que Dornelles não
aceitou ajudá-lo, frustrando a quadrilha:
- (Dornelles) diz que não tem
nenhuma influência lá. Eu falei "mas e se houver, você apoia uma
indicação?" Ele falou assim "o Fisco não recebe indicação política.
Não recebe indicação política". Ou seja, o cara lá deve ser dele, mas ele
não quis assumir - diz Demóstenes para Carlinhos.
Não satisfeito, Cachoeira faz uma
lista de pedidos:
- É verdade.... O cara da Anvisa,
você podia ligar pra ele pra mim... E o Pagot também... Vê essas duas coisas aí
- pede o bicheiro.
Demóstenes também defendeu os
interesses comerciais de Cachoeira fora da região Centro-Oeste. O senador se
comprometeu a ir a Santa Catarina receber Coppola. O telefonema é de 17 de
março de 2011. Cachoeira faz o pedido, sem cerimônia:
- O Roberto, o argentino, ele vai tá
lá. Ele vai tá lá em Santa Catarina. Você podia receber ele lá um pouquinho pra
mim. Sábado de manhã. Vê com ele pra mim.
- Vejo - diz Demóstenes.
Em outra gravação, feita em 13 de
agosto, Cachoeira liga para Lenine Araújo de Souza, seu braço-direito. Lenine
diz que está no restaurante Porcão em Brasília, com Coppola. Em seguida, Lenine
repassa o telefone para o argentino, que, após cumprimentos protocolares, avisa
que está acertado um negócio envolvendo Demóstenes:
- Escuta, o negócio do Demóstenes,
ela (sic) está para o final do mês. Estou mandando.
- Ah, excelente. Ele perguntou ontem
- afirma Cachoeira.
Em outra gravação, Cachoeira pede a
um de seus funcionários para que usasse a suposta influência de uma aliada
junto ao ex-premier italiano Silvio Berlusconi, para que Demóstenes fosse
convidado a visitar a Itália e faturasse politicamente com a decisão do governo
brasileiro de não extraditar Cesare Battisti.
Segundo a PF, Demóstenes foi usado
pela quadrilha até para pedir que policiais envolvidos em grupos de extermínio
fossem transferidos de um presídio em Mato Grosso para Goiás.
fonte: Agência O Globo