foto de Jeffrey Sullivan
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
PUBLICIDADE
O Banco do Brasil perdeu uma boa oportunidade de manter a imagem que tem com o povo brasileiro. Infelizmente, o banco, que é
estatal, utilizou nosso dinheiro para publicar, em duas páginas, caríssima propaganda,
que é inócua, pueril e ridícula.
A propaganda ensina, pasmem, a elaborar saco de lixo a
partir de papel de jornal. Esse procedimento coloca nos pobres contribuintes a
responsabilidade pela destinação do lixo.
Qualquer pessoa bem informada sabe que o combate à poluição
passa por boas políticas públicas que envolvem governos e sociedade e dependem
de bom planejamento e legislação pertinente.
O resto é perda de tempo e demonstração de arrogância
burocrática.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
COMENTÁRIO DE MARTA LOGUERCIO
Falando em China na África....
A questão do meio ambiente se complica cada vez mais,não? Agora, surgem opiniões de cientistas com teoria completamente contrária à do aquecimento global.......vigente... E agora? Em quem acreditar?
Na verdade, nós somos mal informados sempre...A grande midia fazendo o jogo dos poderosos,etc...Tudo de acordo com o$ intere$$e$ dos que comandam o mundo, isto é, os donos do dinheiro.
Grande abraço!
Marta
OBRIGADO, MARTA
old and rare pictures
The Beatles and Mohammad Ali, 1964
Martin Luther King Jr. and Marlon Brando
Danny DeVito and Christopher Reeve
Charlie Chaplin and Albert Einstein
Chuck Norris and Bruce Lee
Paul Newman and Clint Eastwood
Steve Jobs and Bill Gates
James Dean and Elizabeth Taylor
Ian Fleming and Sean Connery
Johnny Cash and Ray Charles
Elvis Presley and Tom Jones
Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Elvis Presley and Johnny Cash
Ella Fitzgerald and Louis Armstrong
Charlie Chaplin and Gandhi
Marilyn Monroe and Sammy Davis J
terça-feira, 26 de junho de 2012
http://mydarkenedeyes.tumblr.com/
A
REALIDADE IMITA A ARTE
Há
muito tempo atrás, li um livro de ficção científica, cuja história era mais ou
menos assim:
Um
renomado cientista descobre um portal para um mundo paralelo, aqui mesmo na
terra. Esse mundo é, em tudo, semelhante, ao que conhecemos, porém ao
contrário. É como se esse mundo paralelo fosse de antimatéria.
Nesse
portal, nosso cientista trava contato com outro cientista, do mundo paralelo.
Descobre, pelo colega, coisas fantásticas, que podem mudar a vida dos
habitantes deste mundo e do outro.
Tudo
está disponível para ser usufruído. Mas o melhor ainda está por acontecer. Os
nossos cientistas descobrem que o substrato de vida do mundo paralelo, ou se
quiserem, a atmosfera, vira energia pura quando atravessa o portal. A recíproca
também é verdadeira para o mundo paralelo.
Esta
descoberta vai revolucionar o que existe nos dois mundos. A nova energia é
limpa e gratuita. A necessidade do trabalho é, praticamente, extinta, pois as
máquinas são abastecidas diuturnamente com transferência de energia, de um
mundo para outro.
A
humanidade, dos dois lados, experimenta uma nova renascença, pois o tempo de
lazer permite toda uma geração de artistas, intelectuais, cientistas e
filósofos. Os mundos renovam-se, tudo é alegria e festa.
Muitos
anos depois, os dois cientistas, já idosos, que continuaram a estudar o
fenômeno de transferência de energia, constatam algo terrível. A transferência
está esgotando o diferencial de potência que havia no início e a energia, dos
dois lados, está enfraquecendo.
Continuando
a transferência, os dois mundos destruir-se-iam mutuamente, em um gigantesco
curto-circuito.
Os
cientistas apressaram-se a alertar os líderes de seu mundo para a catástrofe
que se aproximava. Receberam ceticismo, indiferença e sarcasmo. Como, o mundo
não iria terminar tão cedo. Isso era alarmismo de parte de alguns teóricos.
Esse
relato veio à minha mente, agora. A realidade imita a arte. Esse nosso mundo
continuará em festa, queimando energia, como fogos de artifício, até ela se
esgotar completamente. Ou não?
AFRICA, A NOVA (E ÚLTIMA) FRONTEIRA
Existia
no mundo ocidental a ideia de que só a democracia poderia levar à prosperidade.
O êxito da China mostrou que existem outras alternativas
Ma
Jinsheng – Vice Diretor de Informação do Ministério de Relações Exteriores da
China
A
imprensa internacional somente noticia a África quando há golpes de estado,
tragédias naturais ou genocídios,
Na verdade o continente africano está
crescendo, e muito. No ano passado, o PIB africano atingiu 5,8%, um dos mais
altos do mundo.
O
motor por trás desse progresso está situado mais ao oriente, precisamente na
China. Os chineses são os novos investidores da África. Ao contrário dos europeus
colonialistas, que somente souberam sugar da África suas riquezas minerais, o
governo chinês está investindo em infraestrutura, tecnologia e desenvolvimento
urbano.
A
China não faz isso por motivos humanitários, somente. A África tem grandes
reservas de petróleo, minerais preciosos e terra
agricultáveis. Este último item é estratégico para a segurança
alimentar do bilhão e trezentos milhões de chineses.
O
resgate da África deveria ser uma boa notícia para aqueles que desejam uma vida
melhor para nossos sofridos irmãos africanos.
Entretanto,
o crescimento acelerado do continente africano pode ser uma bomba relógio em um
planeta cuja natureza já não aguenta mais os danos provocados pela superpopulação.
A
população africana é de mais de oitocentos milhões de pessoas, um sétimo da
população da terra. O crescimento dessa população tem sido limitado pelas
guerras, fome e doenças endêmicas, como a AIDS.
No
momento em que a África atingir patamares de desenvolvimento em que esses
limitadores demográficos diminuam, haverá uma explosão populacional.
O
crescimento trará também novas demandas de energia, neste planeta cujas
reservas estão cada vez mais exauridas. Poder-se-ia pensar que a África irá
beneficiar-se das conquistas de economia energética já existentes outros continentes.
Infelizmente,
isso não está acontecendo. A China destruiu totalmente sua natureza na luta
pelo desenvolvimento econômico desenfreado. As grandes cidades chinesas
possuem, permanentemente, nuvens de poluição atmosférica sobre seus prédios. Agora
o governo chinês está fazendo mega investimentos, em seu país, para compensar o
desequilíbrio que o progresso econômico gerou.
Entretanto,
ao tratar da África, parece que a China esqueceu desse fato. Ao mesmo tempo em
que executa novos bairros e cidades sustentáveis em seu país, não faz o mesmo
no continente africano, cujas cidades crescem sem cuidados com economia energética
e saneamento básico.
A
África é a próxima e última fronteira econômica mundial. A África foi o berço
da humanidade. A África, também, pode ser
o coveiro da humanidade, se não houver conscientização das grandes nações sobre
o risco que o desrespeito à natureza produz.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
RELATÓRIO FINAL DA PF CONFIRMA
DENÚNCIA DO MENSALÃO
Depois de seis anos de investigação,
a PF concluiu que o Fundo Visanet, com participação do Banco do Brasil, foi uma
das principais fontes de financiamento do esquema montado por Marcos Valério
Relatório final da Polícia
Federal confirma a existência do mensalão no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva. Depois de seis anos de investigação, a PF
concluiu que o Fundo Visanet, com participação
do Banco do Brasil, foi uma das
principais fontes de financiamento do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério. Com 332 páginas, o documento da PF,
divulgado pela revista "Época", joga por terra a pretensão do
ex-presidente Lula de provar que o mensalão nunca existiu e que seria uma farsa
montada pela oposição.
O relatório da PF demonstra que, dos
cerca de R$ 350 milhões recebidos do
governo Lula pelas empresas de Valério, os recursos que mais se destinaram aos
pagamentos políticos tinham como origem o fundo Visanet. As investigações da PF
confirmaram que o segurança Freud Godoy, que trabalhou com Lula nas campanhas
presidenciais de 1998 e 2002, recebeu R$ 98,5 mil do esquema do valerioduto,
conforme revelou o Estado, em setembro de 2006. A novidade é que Freud contou à
PF que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na
campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência - estabelecendo uma
ligação próxima de Lula com o mensalão. No depoimento, Freud narrou que o
dinheiro serviu para cobrir parte dos R$ 115 mil que lhe eram devidos pelo PT.
O relatório da PF apontou o envolvimento no esquema do mensalão, direta
ou indiretamente, de políticos como o hoje ministro do Desenvolvimento,
Fernando Pimentel, do PT. Rastreando as contas do valerioduto, os
investigadores comprovaram que Rodrigo Barroso Fernandes, tesoureiro da
campanha de Pimentel à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004, recebeu um cheque
de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B no Banco Rural. As investigações
confirmaram também a participação de mais sete deputados federais, entre eles
Jaqueline Roriz (PMN-DF), Lincoln Portela (PR- MG) e Benedita da Silva (PT-RJ),
dois ex-senadores e o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga.
Segundo a revista "Época", a PF também confirmou que o banqueiro Daniel Dantas tentou mesmo garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Marcos Valério. Dantas teria recebido um pedido de ajuda financeira no valor de US$ 50 milhões depois de se reunir com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Pouco antes de o mensalão vir a público, uma das empresas controladas por Dantas fechou contratos com Valério, apenas para que houvesse um modo legal de depositar o dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve tempo suficiente para que R$ 3,6 milhões fossem repassados ao publicitário.
As investigações comprovaram ainda que foram fajutos os empréstimos que, segundo a defesa de Marcos Valério, explicariam a origem do dinheiro do mensalão. Esses papéis serviram somente para dar cobertura jurídica a uma intrincada operação de lavagem de dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve duas fontes de recursos para bancar o mensalão e as demais atividades criminosas de Marcos Valério. A principal, qualificada de "fonte primária", consistia em dinheiro público, proveniente dos contratos do publicitário com ministérios e estatais. O principal canal de desvio estava no Banco do Brasil, num fundo de publicidade chamado Visanet, destinado a ações de marketing do cartão da bandeira Visa. As agências de Marcos Valério produziam algumas ações publicitárias, mas a vasta maioria dos valores repassados pelo governo servira tão somente para abastecer o mensalão.
A segunda fonte de financiamento, chamada de "secundária", estipulava que Marcos Valério seria ressarcido pelos pagamentos aos políticos por meio de contratos de lobby com empresas dispostas a se aproximar da Presidência da República. Foi o caso do Banco Rural, que tentava obter favores do Banco Central e do banqueiro Daniel Dantas, que precisava do apoio dos fundos de pensão das estatais.
OBRIGADO, QUIDINHO
domingo, 24 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
O David Coimbra, quando não está tratando de futebol, escreve deliciosamente. Vejam a seguir:
A vizinha
– O que você acha da filha do vizinho?
Orlando estremeceu quando sua mulher enganchou o ponto de interrogação no fim dessa frase. Estavam na cama, debaixo do edredom, como BBBs, só que ele lia a coluna do Wianey e ela fazia alguma coisa com as próprias unhas. Que tipo de pergunta era aquela? A filha do vizinho era uma morena magra porém sinuosa, de uns 18 aninhos, cheirosa, macia, insinuante, Orlando sentia vontade de chorar quando ela entrava no elevador a cada manhã.
Calculava os horários dela e planejava para se encontrarem “casualmente”. Bastava a visão daquela coisinha fresca para que o dia dele ficasse mais colorido. Cultivava doces fantasias com ela, loucuras que invadiam seus sonhos e que eram só dele. Mas jamais conseguira conversar com ela nada além de bom dia. Gostaria de abordá-la, sorrir e ciciar “que tal dividir um tinto comigo, numa dessas noites frias?” Gostaria, mas não ousava. Tinha medo do ridículo, sendo ele tão mais velho, sendo ela tão linda.
De qualquer forma, era bom admirá-la em silêncio. E agora a mulher vinha com aquela pergunta. Será que desconfiava de algo? As mulheres têm mesmo sexto sentido... O que responder?
Se elogiasse a menina, a mulher teria confirmadas as suspeitas; se dissesse que era feia, a mulher saberia que era mentira. Que situação. Orlando não conseguia mais se concentrar no jornal.
Girou a cabeça.
Fitou a mulher.
Ela estava com os olhos em fogo. Problemas!
Orlando abriu a boca, mas a mulher vociferou:
– É uma vagabunda!
– Hein?
– Vagabunda! Dá bola pra todo mundo! Dá bola pra ti também! Pensa que não vejo? Te afasta dessa vadia, Orlando! Te afasta!
– É uma vagabunda!
– Hein?
– Vagabunda! Dá bola pra todo mundo! Dá bola pra ti também! Pensa que não vejo? Te afasta dessa vadia, Orlando! Te afasta!
Orlando afundou no edredom, sem articular resposta. Mal dormiu. Na manhã seguinte, entrou no elevador e lá veio ela, de botas até os joelhos e manta enrolada no pescoço, uma sílfide invernal. O coração de Orlando começou a ribombar.
– Friozão, né? – disse ele.
Ela sorriu e miou:
– Demais...
Então, Orlando encheu os pulmões de ar e ciciou:
– Que tal dividir um tinto comigo, numa dessas noites frias?
Ela olhou bem fundo nos olhos dele. Abriu mais o sorriso. E disse, baixinho, mas firme:
– Parece uma boa ideia.
Ela sorriu e miou:
– Demais...
Então, Orlando encheu os pulmões de ar e ciciou:
– Que tal dividir um tinto comigo, numa dessas noites frias?
Ela olhou bem fundo nos olhos dele. Abriu mais o sorriso. E disse, baixinho, mas firme:
– Parece uma boa ideia.
Quando a porta do elevador se abriu para a nova vida de Orlando, ele pensou que as mulheres, realmente, têm mesmo sexto sentido.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
A
MORTE
O Dr.
Cyro Martins dizia, mais ou menos: “Chore, chore bastante, porque a vida é uma
sucessão de tristezas, mas chore por motivos reais, não por imaginários”.
Ontem
revi o filme: Trinta Anos Esta Noite. Para os que não o viram, cito Ricardo
Cota, do Jornal do Brasil:
Trinta
Anos esta Noite
de Louis Malle
Clássico de Louis Malle realizado em
1963, Trinta Anos Esta Noite mostra a luta de Alain, o
atormentado protagonista, contra seu maior inimigo: ele mesmo. Inspirado
no romance de Pierre Drieu La Rochele, Le Feu Follet (fogo
fátuo), o filme é um resumo das principais reflexões do movimento
existencialista.
A angústia diante da finitude do ser, a aflição com o conformismo burguês, a insatisfação sexual e a necessidade da ação como antídoto contra o tédio são temas recorrentes ao longo dos 108 minutos de absoluta densidade, filosófica e cinematográfica.
Alain (Maurice Ronet) é um homem que chega em frangalhos à meia idade. Alcoólatra, está há quatro meses internado numa clínica de repouso em Versalhes. No seu quarto, vivencia o drama da ansiedade perpétua encarando obsessivamente o cano de uma pistola. "A vida não passa tão rápido para mim, por isso quero acelerá-la", reflete. Incentivado pelo médico, Alain arrisca um retorno à vida social, mesmo sem se sentir preparado.
Em Paris, reencontra amigos e acirra os conflitos mais íntimos ao fazer um balanço de sua vida. O resultado é desastroso e irreversível. Trinta Anos Esta Noite espelha o retrato de um homem sem fé, incapaz de religar-se ao mundo, seja através da arte, da política ou da religião.
A angústia diante da finitude do ser, a aflição com o conformismo burguês, a insatisfação sexual e a necessidade da ação como antídoto contra o tédio são temas recorrentes ao longo dos 108 minutos de absoluta densidade, filosófica e cinematográfica.
Alain (Maurice Ronet) é um homem que chega em frangalhos à meia idade. Alcoólatra, está há quatro meses internado numa clínica de repouso em Versalhes. No seu quarto, vivencia o drama da ansiedade perpétua encarando obsessivamente o cano de uma pistola. "A vida não passa tão rápido para mim, por isso quero acelerá-la", reflete. Incentivado pelo médico, Alain arrisca um retorno à vida social, mesmo sem se sentir preparado.
Em Paris, reencontra amigos e acirra os conflitos mais íntimos ao fazer um balanço de sua vida. O resultado é desastroso e irreversível. Trinta Anos Esta Noite espelha o retrato de um homem sem fé, incapaz de religar-se ao mundo, seja através da arte, da política ou da religião.
Com belíssima fotografia em preto e branco de Ghislain Cloquet, Trinta
Anos Esta Noite é quase um documentário das aflições filosóficas da
geração pós-segunda guerra e pré-rebelião estudantil, que tinha em Sartre,
Marcuse, Reich e Erich Fromm alguns dos seus principais mentores.
O cineasta Louis Malle equilibra a força do texto a uma estética minimalista, em que o sentido do drama profundo do personagem está no detalhe, nas pequenas impressões do cotidiano, pontuada de forma precisa pela utilização na trilha da música de Erik Satie. Balada da desesperança, Trinta Anos Esta Noite aborda sem concessões o suicídio, resumindo-o a uma derrota do conhecimento, da crença e da vontade. Um filme que deixa na alma uma marca indelével.
O cineasta Louis Malle equilibra a força do texto a uma estética minimalista, em que o sentido do drama profundo do personagem está no detalhe, nas pequenas impressões do cotidiano, pontuada de forma precisa pela utilização na trilha da música de Erik Satie. Balada da desesperança, Trinta Anos Esta Noite aborda sem concessões o suicídio, resumindo-o a uma derrota do conhecimento, da crença e da vontade. Um filme que deixa na alma uma marca indelével.
O
filme é uma reflexão sobre a vida e necessariamente sobre a morte, que está
ligada, umbilicalmente, à vida. Alguém já disse: “Só há duas coisas inescapáveis
na vida: a morte e os impostos”.
O
personagem, Alain, passa as últimas vinte e quatro horas de sua existência fazendo
retrospectiva, junto a amigos e ex-amantes, para certificar-se de que viveu em
vão. Neste balanço existencial, ele pede
socorro a cada um que encontra, informando, claramente, que vai se matar.
Recebe, como resposta, ironias e desprezo pelo seu comportamento de bêbado
errático.
Quantos
de nós já receberam um pedido de ajuda e o rechaçamos, minimizando a tragédia que
se encontra atrás de uma depressão?
Não
é mais confortável relacionar-se com alguém distante, situado em seu círculo de
amigos de sua rede social, do que com alguém que, cara a cara, solicita que lhe
dê um pouco de atenção?
sábado, 16 de junho de 2012
Benchmarking é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos,
serviços e processos de trabalho das organizações que são reconhecidas como
representantes das melhores práticas com a finalidade de comparar desempenhos e
identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando (ou
monitorando) o benchmarking.
De todas as definições encontradas sobre Benchmarking, destacam-se
duas:
O benchmarking é um dos mais úteis instrumentos de gestão para
melhorar o desempenho das empresas e conquistar a superioridade em relação à
concorrência. Baseia-se na aprendizagem das melhores experiências de empresas
similares e ajuda a explicar todo o processo que envolve uma excelente "desempenho"
empresarial. A essência deste instrumento parte do princípio de que nenhuma
empresa é a melhor em tudo, o que implica reconhecer que existe no mercado quem
faz melhor do que nós. Habitualmente, um processo de benchmarking arranca
quando se constata que a empresa está diminuindo a sua rentabilidade. Quando a
aprendizagem resultante de um processo de benchmarking é aplicada de forma correta
facilita a melhoria do desempenho em situações críticas no seio de uma empresa.
Uma definição mais sintética, mas igualmente objetiva: Processo
contínuo e sistemático que permite a comparação das performances das
organizações e respectivas funções ou processos face ao que é considerado
"o melhor nível", visando não apenas a equiparação dos níveis de desempenho,
mas também a sua ultrapassagem.
A curiosidade histórica do termo vem
das marcas ("marks") que os viajantes deixavam nos bancos
("bench") de descanso para indicar a que distância estavam de Roma (a
referência), a capital de um grande império da antiguidade.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
COMO
ELABORAR UM ROTEIRO
Gostaria de ser um novo João Emanuel
Carneiro, ganhar rios de dinheiro, sair em todas as publicações importantes,
morar no Copacabana Palace, viver cercado de belas mulheres e, o mais
importante, como Bozó, ser contratado da Globo?
Isso não é tão difícil. Difícil é
produzir alguma coisa invendável com a parafernália de marketing que a Globo
possui.
É necessário, entretanto, saber algo de produção de roteiros. Vamos nos ater à produção de um roteiro para
cinema, tendo em vista que novela é obra aberta. Ela vai sendo elaborada à
medida que as pesquisas de opinião vão orientando o caminho, a partir de uma ideia
básica.
Primeiro, vamos imaginar um roteiro
clássico, em três atos. Não é o único, mas o mais simples. Cada ato tem uma ou
mais cenas. As cenas se sucedem quando muda o local ou o tempo da ação. O tempo
do primeiro ato costuma demorar, mais ou menos 30% do tempo total. O tempo do
segundo ato, mais ou menos, 50%. O do terceiro ato, 20%.
Agora, vamos pensar em um argumento bem
básico. Existe o personagem principal e os secundários (Podemos criar mais de
um personagem principal, assim como podemos criar vários sub enredos, para
tornar a obra mais complexa. Uma novela, por definição, tem nove enredos. Estes
sub enredos terão seus respectivos personagens secundários).
O personagem principal, apresentado no
primeiro ato, tem que ser bem estruturado, para ser convincente. É importante
que ele possua caráter bem definido. Algum estudo de psicologia ajuda neste
momento.
O personagem é apresentado com seu
entorno. Este entorno deve possuir, neste momento, característica de baixa
emoção, como veremos a seguir. A caracterização do personagem (ou personagens)
deve ocupar todo o primeiro ato.
No
segundo ato, é lançado um desafio ao personagem. Pode ser uma agressão física,
um revés financeiro, uma doença, uma viagem ou até um desafio filosófico, como
a necessidade de mudar de vida. O contato do personagem com seu desafio carrega
em si um crescente de emoção, que permeia todo o segundo ato. Quanto mais
difícil o enfrentamento do desafio, maior a carga emocional. Admite-se que o
personagem aceitou o desafio, senão não teremos enredo.
O terceiro ato, a conclusão, é o
momento em que o personagem consegue (ou não) vencer o desafio. No terceiro ato
também é gerada carga emocional, embora não tão forte como no segundo ato. Na
conclusão, o autor pode criar final impactante. Na maioria das vezes, o
personagem volta à sua rotina, mas agora está mais amadurecido após a batalha
que enfrentou.
ESTRUTURA
DO ROTEIRO
Como já foi dito, os
atos são divididos em cenas. Não há necessidade de que essas cenas sem
produzidas em ordem cronológica. Elas podem ser escritas separadamente e depois
unidas na montagem final. Algumas cenas, às vezes, são acrescentadas e outras
eliminadas no processo.
A descrição do cenário deve orientar o
diretor, mas não deve muito detalhada para não limitá-lo.
Assim, por exemplo:
PRIMEIRO
ATO
CENA
1
Cavaleiros reúnem-se, fora da cidade,
para combinar o ataque ao xerife, que havia mandado o líder do bando para a
cadeia.
MALFEITOR 1
O
chefe chegará ao meio dia, de trem.
MALFEITOR 2
Aquele
xerifezinho já deve saber que ele voltou para vingar-se. Deve estar morrendo de
medo.
O malfeitor 3 apenas os observa
enquanto masca um palito de fósforo.
CENA 2
O xerife e sua noiva recebem os
cumprimentos dos moradores da cidade, após terem casado.
Etc.
Citei, sem muita precisão, uma
cena de um filme clássico, Matar ou morrer, que possui todos os elementos
descritos. Esse filme foi, brilhantemente, feito de maneira que o tempo da ação
(storyboard) ocupa exatamente o tempo de exibição da película. O tempo, no
filme, é permanentemente enunciado por um relógio, marcando a tensão crescente,
que explodirá no fim do “segundo ato”.
COMO ELABORAR UM ROTEIRO (MODELO)
PRIMEIRO ATO
Cena 1
A personagem principal, chamada Helena, aproxima-se de um prédio isolado, onde uma placa anuncia: Clínica Ginecológica.
Na recepção:
HELENA
Tenho hora marcada com o Dr. Manfredi
Cena 2
No consultório do Dr. Manfredi
DR. MANFREDI
Parabéns, Helena. Vi que está grávida. É seu primeiro filho?
HELENA
Sim, doutor
DR. MANFREDI
Vamos realizar exame clínico e depois vou pedir que
você faça alguns exames de rotina
você faça alguns exames de rotina
Cena 3
Helena é atendida pelo Dr. Manfredi, que manuseia os exames
DR. MANFREDI
Existem alguma anormalidade em seus exames, Helena. Vou ter que solicitar estudos mais específicos.
Cena 4
Helena novamente é atendida pelo Dr. Manfredi
DR. MANFREDI
Infelizmente, minhas suspeitas foram confirmadas. Você está com um câncer de mama. Tenho que lhe aconselhar que interrompa a gestação e, imediatamente, comece tratamento para o carcinoma. Não é possível tratar a doença com a gravidez em evolução, porque existe o sério risco da criança falecer ou ser gerada com uma séria anomalia.
HELENA, chorando
Isso não é possível, Dr. Não existe alternativa?
DR. MANFREDI
Lamentavelmente, não. A doença já está avançada. Vou lhe encaminhar para um colega oncologista, o Dr. Voltaire, para que lhe examine. Depois volte aqui para a interrupção da gravidez.
HELENA
Doutor, não posso fazer isso. Não tenho coragem de matar meu filho. Prefiro correr risco de vida. Vou continuar a gravidez.
DR. MANFREDI
Pense bem, Helena. Cure-se e depois terá oportunidade de ter outro filho. A doença não espera.
HELENA
Pensei, Dr. Vou ter este filho
SEGUNDO ATO
Cena 1
Helena, já com a gravidez avançada, tem uma conversa com seu marido, Jonas
HELENA
Jonas, estamos vivendo momentos muito difíceis. Eu entendo que você ande distante, é uma maneira de evitar o sofrimento. Mas eu tenho fé que tudo irá correr bem, escaparei desta.
JONAS
Não tenho condições de esconder-lhe nada. Antes de sua doença, eu já tinha outro relacionamento. Vejo que não poderei continuar com você. Isso é muito doloroso para mim. Vou sair de casa.
Cena 2
Helena, na maternidade, abraça sua filha, que nasceu perfeita. Suas amigas a cercam. O Dr. Manfredi está presente
DR. MANFREDI
Meus parabéns. É uma bela menina. Este é o Dr. Voltaire, de quem lhe falei. Ele também veio visitá-la.
DR. VOLTAIRE
Meus cumprimentos, Helena, você é uma mulher corajosa. Estou lhe aguardando em minha clínica.
Cena 3
Helena está agora no consultório do Dr. Voltaire
DR. VOLTAIRE
Estou impressionado. A radioterapia deu resultado surpreendente. Houve uma redução significativa do tumor.
TERCEIRO ATO
Cena 1
Helena volta à clínica do Dr. Voltaire, agora com a filha no colo
DR. VOLTAIRE
Helena, você venceu. O tumor regrediu totalmente. Seu organismo não tem mais câncer. Pode começar vida nova. Parabéns para vocês duas.
Helena nada diz, apenas chora soluçando. Ela é abraçada pelo Dr. Voltaire.
Cena 2
Helena sai da clínica com a filha nos braços. É verão e chove torrencialmente. Quando chega à calçada, para, fecha a sombrinha e seguem as duas, sorrindo, com a chuva no rosto.
Esse roteiro foi adaptado de um telefilme que vi, há muito tempo. Infelizmente não guardei o nome do filme, dos realizadores, porém a cena final ficou marcada em minha memória como uma das mais lindas que assisti .
Assinar:
Postagens (Atom)