e la nave va
O
brasileiro é apaixonado por automóvel?
Depende.
A
indústria automobilística nacional, orgulho do País, continua a crescer, apesar
da crise mundial e dos altíssimos custos necessários para adquirir e manter
esse objeto de desejo. Entretanto, uma pesquisa feita nos EUA e que deve
refletir os hábitos daqui, se não agora,
mas mais tarde, revela que as gerações
mais jovens não estão mais apaixonadas
por este veículo de combustão interna.
Os
crescentes engarrafamentos, os preços do petróleo e as campanhas de
conscientização de que devemos respeitar nossos bens naturais, fizeram que os
jovens tenham outras expectativas. Agora, velocidade somente nos downloads,
conforto no lar e aventura de bicicleta.
Essa
nova mentalidade começa a produzir frutos. O preço dos automóveis usados despenca, no primeiro mundo, porque a procura por esses veículos
gradativamente diminui. Os que veem o
automóvel como patrimônio, além de demonstração de status, vão arrepender-se de
certas escolhas.
O
futuro do automóvel assemelha-se ao futuro do hábito de fumar. Cada vez mais as
pessoas esclarecidas afastam-se dele, ficando as classes mais pobres (sempre
elas) com o encargo de sustentar as
multinacionais.
Essa
situação ainda vai perdurar em nosso país porque não temos transporte coletivo
decente, não temos ciclovias decentes, enfim, não temos vida urbana decente,
mas o futuro fatalmente vai chegar.
Aí,
os carrões irão para o desmonte ou para o museu. No segundo caso, registrarão época de egoísmo e
desperdício.
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