sexo
fast food
Foi criado um aplicativo que, associado
ao face book, permite que qualquer usuário daquele programa possa disparar uma
proposta para usuários (as) selecionados (as) com um simples convite: quer
transar comigo?
Esse aplicativo lembra-me uma piada
antiga em que uma pessoa flagra um de seus melhores amigos em uma esquina
movimentada fazendo esta mesma proposta para toda a mulher que passasse. As
respostas eram reações iradas, palavrões e até alguma agressão física. O amigo,
penalizado, aproxima-se dele e tenta dissuadi-lo daquele tresloucado gesto, em
nome de sua dignidade. O amigo o interrompe, dizendo: -Já peguei duas, só agora
de manhã!
Segundo a reportagem que li, quem faz
tal procedimento tem a vantagem de não precisar se expor. A pessoa que recebeu o
convite pode simplesmente silenciar ou, cortesmente, agradecer. Em qualquer
caso, sempre existe a distância virtual que protege quem, na vida real, talvez
não tivesse a coragem de fazer tal proposta pessoalmente.
Esse tipo de relação poderia chamar-se
“sexo entre amigos” e é assim que está sendo chamado. Pessoalmente, considero
que é mais um passo para eliminar a hipocrisia de que o assunto sempre foi
tratado. Dessa maneira, as aproximações ficam mais simples e diretas, para
desespero de floristas e donos de restaurante.
Pensando mais, concluí que,
apesar do grande avanço que esse aplicativo representa, ele não é uma
revolução. Já existem muitos sites que propõe encontros casuais entre pessoas,
alguns específicos para casados. Esses sites não produziram uma orgia
desenfreada da humanidade, pelo menos àquela plugada.
Temos que considerar, também, que, por
baixo do verniz de nossa civilização, as pessoas, emocionalmente, estão muito
mais próximas dos homens das cavernas do que de Bill Gates. Conforme a
psicanalista Diana Corso, logo abaixo do fascínio social, existe uma pessoa
primitiva, egoísta e bastante tarada.
A relação sexual, todo mundo sabe, para ser
prazerosa, necessita de algum tipo de cumplicidade. Essa cumplicidade advém
desde a combinação de cheiros até a capacidade que as pessoas têm de fazer o
próximo ou a próxima rir. Muitas pessoas não tem todas essas habilidades. Sem
essa inteiração, o sexo vira masturbação entre duas ou mais pessoas.
Aí
vem outras perguntas. Para que tanta quantidade com tão pouca qualidade? Estará
o sexo virando passatempo tipo vídeo game, uma corrida de obstáculos cujo
resultado é mais frustração, mais ansiedade?
é VERDADE. mAS A QUANTIDADE SEMPRE FOI UM QUESITO MASCULINO.ACHO QUE É UM RESQUÍCIO DE UMA LONGA HISTÓRIA.
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