FACES
(III)
O
poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente.
Essas
palavras vêm à lembrança quando se aproxima mais uma eleição. Em quem votar? Os
candidatos que estão aí apresentam propostas vazias, tipo “o candidato que a
cidade precisa”. Na verdade, a cidade não precisa dele, ele é que precisa do
cargo de vereador.
Os
partidos, nas propagandas, ficam em posição discreta, como se os candidatos
tivessem vergonha de professar sua posição política. Não há motivo para isso.
Todos os partidos, mas todos mesmo, ficaram iguais.
O
Partido dos Trabalhadores, que era um partido diferente, por ser ético, de
tanto agregar outros partidos, acabou ficando igual a eles.
Trabalhei, durante alguns anos, no Estado. O ambiente é de corte. Existem alguns mandachuvas,
fascinados com o poder conquistado, e um séquito de áulicos. Não há interesse
em gestão. Pelo contrário, quanto mais caminhos um processo percorrer, mais
apaniguados. Isso é o que candidatos verdadeiramente buscam: o poder, aliado a
uma vida mansa e possibilidade de fazer negócios.
E
nós, que pagamos tudo, que podemos fazer?
Podemos
fazer muito, nós os colocamos lá. “Ou restaure-se a moralidade ou
locupletemo-nos todos”, dizia Sérgio Porto. Infelizmente, a locupletação geral
e irrestrita não é viável. Os benefícios públicos são restritos.
Ora,
dizeis, todos os candidatos são vigaristas, então nenhum um serve. Na verdade, isso também pode ser mudado.
Vamos
atacar os partidos podres em seu âmago. Vamos tomá-los de assalto. Para isso, é
necessário que um grupo de pessoas de boa vontade filie-se a uma agremiação
partidária (qualquer uma). A partir daí, comparecendo às reuniões e
assembleias, forcem a escolhas de candidatos honestos e trabalhadores. Depois,
façam campanha para eles.
Eleitos,
os acompanhem o os cobrem diuturnamente. Isso ficou factível com a internet. É
difícil? Precisamos largar a comodidade? Nem tanto. Basta um esforço. Basta
pensar no coletivo.
Os
resultados serão gloriosos, podem crer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário