AFRICA, A NOVA (E ÚLTIMA) FRONTEIRA
Existia
no mundo ocidental a ideia de que só a democracia poderia levar à prosperidade.
O êxito da China mostrou que existem outras alternativas
Ma
Jinsheng – Vice Diretor de Informação do Ministério de Relações Exteriores da
China
A
imprensa internacional somente noticia a África quando há golpes de estado,
tragédias naturais ou genocídios,
Na verdade o continente africano está
crescendo, e muito. No ano passado, o PIB africano atingiu 5,8%, um dos mais
altos do mundo.
O
motor por trás desse progresso está situado mais ao oriente, precisamente na
China. Os chineses são os novos investidores da África. Ao contrário dos europeus
colonialistas, que somente souberam sugar da África suas riquezas minerais, o
governo chinês está investindo em infraestrutura, tecnologia e desenvolvimento
urbano.
A
China não faz isso por motivos humanitários, somente. A África tem grandes
reservas de petróleo, minerais preciosos e terra
agricultáveis. Este último item é estratégico para a segurança
alimentar do bilhão e trezentos milhões de chineses.
O
resgate da África deveria ser uma boa notícia para aqueles que desejam uma vida
melhor para nossos sofridos irmãos africanos.
Entretanto,
o crescimento acelerado do continente africano pode ser uma bomba relógio em um
planeta cuja natureza já não aguenta mais os danos provocados pela superpopulação.
A
população africana é de mais de oitocentos milhões de pessoas, um sétimo da
população da terra. O crescimento dessa população tem sido limitado pelas
guerras, fome e doenças endêmicas, como a AIDS.
No
momento em que a África atingir patamares de desenvolvimento em que esses
limitadores demográficos diminuam, haverá uma explosão populacional.
O
crescimento trará também novas demandas de energia, neste planeta cujas
reservas estão cada vez mais exauridas. Poder-se-ia pensar que a África irá
beneficiar-se das conquistas de economia energética já existentes outros continentes.
Infelizmente,
isso não está acontecendo. A China destruiu totalmente sua natureza na luta
pelo desenvolvimento econômico desenfreado. As grandes cidades chinesas
possuem, permanentemente, nuvens de poluição atmosférica sobre seus prédios. Agora
o governo chinês está fazendo mega investimentos, em seu país, para compensar o
desequilíbrio que o progresso econômico gerou.
Entretanto,
ao tratar da África, parece que a China esqueceu desse fato. Ao mesmo tempo em
que executa novos bairros e cidades sustentáveis em seu país, não faz o mesmo
no continente africano, cujas cidades crescem sem cuidados com economia energética
e saneamento básico.
A
África é a próxima e última fronteira econômica mundial. A África foi o berço
da humanidade. A África, também, pode ser
o coveiro da humanidade, se não houver conscientização das grandes nações sobre
o risco que o desrespeito à natureza produz.
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