terça-feira, 26 de junho de 2012





AFRICA, A NOVA (E ÚLTIMA) FRONTEIRA

Existia no mundo ocidental a ideia de que só a democracia poderia levar à prosperidade. O êxito da China mostrou que existem outras alternativas
Ma Jinsheng – Vice Diretor de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China


A imprensa internacional somente noticia a África quando há golpes de estado, tragédias naturais ou genocídios,

 Na verdade o continente africano está crescendo, e muito. No ano passado, o PIB africano atingiu 5,8%, um dos mais altos do mundo.

O motor por trás desse progresso está situado mais ao oriente, precisamente na China. Os chineses são os novos investidores da África. Ao contrário dos europeus colonialistas, que somente souberam sugar da África suas riquezas minerais, o governo chinês está investindo em infraestrutura, tecnologia e desenvolvimento urbano.

A China não faz isso por motivos humanitários, somente. A África tem grandes reservas de petróleo, minerais preciosos e terra agricultáveis. Este último item é estratégico para a segurança alimentar do bilhão e trezentos milhões de chineses.

O resgate da África deveria ser uma boa notícia para aqueles que desejam uma vida melhor para nossos sofridos irmãos africanos.

Entretanto, o crescimento acelerado do continente africano pode ser uma bomba relógio em um planeta cuja natureza já não aguenta mais os danos provocados pela superpopulação.

A população africana é de mais de oitocentos milhões de pessoas, um sétimo da população da terra. O crescimento dessa população tem sido limitado pelas guerras, fome e doenças endêmicas, como a AIDS.

No momento em que a África atingir patamares de desenvolvimento em que esses limitadores demográficos diminuam, haverá uma explosão populacional.

O crescimento trará também novas demandas de energia, neste planeta cujas reservas estão cada vez mais exauridas. Poder-se-ia pensar que a África irá beneficiar-se das conquistas de economia energética já existentes outros continentes.

Infelizmente, isso não está acontecendo. A China destruiu totalmente sua natureza na luta pelo desenvolvimento econômico desenfreado. As grandes cidades chinesas possuem, permanentemente, nuvens de poluição atmosférica sobre seus prédios. Agora o governo chinês está fazendo mega investimentos, em seu país, para compensar o desequilíbrio que o progresso econômico gerou.

Entretanto, ao tratar da África, parece que a China esqueceu desse fato. Ao mesmo tempo em que executa novos bairros e cidades sustentáveis em seu país, não faz o mesmo no continente africano, cujas cidades crescem sem cuidados com economia energética e saneamento básico.

A África é a próxima e última fronteira econômica mundial. A África foi o berço da  humanidade. A África, também, pode ser o coveiro da humanidade, se não houver conscientização das grandes nações sobre o risco que o desrespeito à natureza produz.

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