terça-feira, 26 de junho de 2012


blogue do zeca
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A REALIDADE IMITA A ARTE

Há muito tempo atrás, li um livro de ficção científica, cuja história era mais ou menos assim:

Um renomado cientista descobre um portal para um mundo paralelo, aqui mesmo na terra. Esse mundo é, em tudo, semelhante, ao que conhecemos, porém ao contrário. É como se esse mundo paralelo fosse de antimatéria.

Nesse portal, nosso cientista trava contato com outro cientista, do mundo paralelo. Descobre, pelo colega, coisas fantásticas, que podem mudar a vida dos habitantes deste mundo e do outro.

Tudo está disponível para ser usufruído. Mas o melhor ainda está por acontecer. Os nossos cientistas descobrem que o substrato de vida do mundo paralelo, ou se quiserem, a atmosfera, vira energia pura quando atravessa o portal. A recíproca também é verdadeira para o mundo paralelo.

Esta descoberta vai revolucionar o que existe nos dois mundos. A nova energia é limpa e gratuita. A necessidade do trabalho é, praticamente, extinta, pois as máquinas são abastecidas diuturnamente com transferência de energia, de um mundo para outro.

A humanidade, dos dois lados, experimenta uma nova renascença, pois o tempo de lazer permite toda uma geração de artistas, intelectuais, cientistas e filósofos. Os mundos renovam-se, tudo é alegria e festa.

Muitos anos depois, os dois cientistas, já idosos, que continuaram a estudar o fenômeno de transferência de energia, constatam algo terrível. A transferência está esgotando o diferencial de potência que havia no início e a energia, dos dois lados, está enfraquecendo.

Continuando a transferência, os dois mundos destruir-se-iam mutuamente, em um gigantesco curto-circuito.

Os cientistas apressaram-se a alertar os líderes de seu mundo para a catástrofe que se aproximava. Receberam ceticismo, indiferença e sarcasmo. Como, o mundo não iria terminar tão cedo. Isso era alarmismo de parte de alguns teóricos.

Esse relato veio à minha mente, agora. A realidade imita a arte. Esse nosso mundo continuará em festa, queimando energia, como fogos de artifício, até ela se esgotar completamente. Ou não?


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