ALEGRETE
Transcrevo
abaixo o ótimo texto de Andréa Motta de Oliveira, que descreve com perfeição a
decadência de nossa cidade. A mensagem de Andrea é triste mas real.
Complemento
dizendo que a cidade de Alegrete sobrevive. Apenas trocou de CEP. Ele agora é
90.000-000.
Sigo batendo
na mesma tecla, que falta faz o Quiosque nesse Alegrete!
São perceptíveis os freqüentadores do
Quiosque alçados nos mais variados locais em busca de um lugar aprazível, e o
pior de tudo: não encontram! Percorrem postos de gasolina, bares, revistarias e
bancos de praça....Mas não há nada que preencha o vazio dos nossos amigos em
momentos de descontração.
Os quiosqueiros ao encontrarem-se
casualmente pelas ruas do Alegrete perguntam uns para os outros o seguinte:
Onde é que vocês vão agora?
Tenho realmente ouvido os mais variados
comentários, lógico que todos são de muita tristeza... Isso sem falar nos que
ficam ali pela frente conversando em frente ao prédio todo escuro e fechado, na
esperança de que num passe de mágica a porta seja aberta.Os que lagarteiam à frente
do Quiosque incendiado me lembram o gado beirando a cerca.
Uma das coisas interessantes nesses
encontros casuais, é que quando um quiosqueiro encontra outro, existe uma
alegria exacerbada, identificação de alma!
Algumas pessoas que eu passava e
somente cumprimentava ali pela praça ou sentados ao balcão, agora me abraçam
por onde quer que eu esteja numa espécie de conforto por estarem sentindo a
mesma dor.
Alegrete está desalmado, aquela
esquina, à noite, com as luzes do Clube Cassino apagadas e, agora, com o
Quiosque no estado em que se encontra, chega a dar vontade de chorar. Só em
pensar no cafezinho, na hora do lagarteio, dá dor no coração. Pois todos que
andavam pelo centro faziam uma horinha lá....
Por onde andará o Irineu Paraná e os
freqüentadores das Plenárias do Senadinho? Por onde andarão os funcionários e o
Ademir?
Só me resta dizer:
- Que saudades! Espero que seja até
breve.
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