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TED
Conhecem
estas iniciais? Elas significam tecnologia, entretenimento e design. Com isso,
essas três letras abrangem quase todo o conhecimento atual. Inclusive cinema,
pois embora para os europeus e para nós, cinema seja a sétima arte, para os americanos,
cinema não passa de entretenimento.
Essas
três letras são título de um programa de conferências sobre os três assuntos,
cuja característica é o limite de tempo de cada conferência não ultrapassar
dezoito minutos. Com isso, o palestrante, que sempre é uma sumidade no assunto
que está apresentando, deve concentrar tudo o que quer informar naquele tempo.
Assim, ele não pode ser prolixo nem permitir que a clareza do que está expondo seja prejudicada pelo tempo da apresentação.
O
TED é um local onde se apresenta o que é mais importante hoje em dia. O tempo é
pouco para uma conferência? Winston Churchill precisou de cinco minutos e onze
segundos para realizar seu célebre discurso conclamando os ingleses a resistir
à invasão nazista. Nele constam as definitivas palavras: “Não tenho nada a
oferecer senão sangue, trabalho árduo, suor e lágrimas”. Martin Luther King
precisou mais tempo para inflamar a luta mundial contra o racismo. No entanto, seu discurso pode ser resumido na
frase: “Eu tenho um sonho”.
O
TED nasceu nos Estados Unidos em 1984 e desde 2006 publica suas palestras na
internet para qualquer um ver e compartilhar. Já são 1.202 palestras
disponíveis na WEB. Elas já foram assistidas, numa conta conservadora, por 700
milhões de pessoas. Bill Gates, um dos palestrantes, escreveu em seu blog: “Tão
animador quanto falar é aprender com as pessoas que vão lá contar suas
histórias”.
O
segredo do sucesso do TED pode ser atribuído a vários fatores. O primeiro é
oferecer, de graça, um variado cardápio de opiniões e explicações que ajudam a
entender os temas mais complexos do mundo contemporâneo, em uma linguagem
simples e acessível
Em
18 minutos o internauta pode entender conceitos que vão da teoria das cordas à
genômica, passando por conceitos de economia, geopolítica, psicologia,
filosofia, literatura e o que mais puder ser chamado de conhecimento.
Repleta
de ganhadores de prêmios Nobel (letras, ciências, economia e paz), Oscar
(cinema), Pulitzer (literatura) e Pritzker (arquitetura), a galeria de vídeos disponíveis
é um museu de história contemporânea, narradas na primeira pessoa. È a Harvard
do futuro, segundo a revista de negócios americana Fast Company.
Grande
parte das conferências foi legendada em “português brasileiro” por voluntários,
o que facilita nosso acesso ao TED.
Todos
os palestrantes trabalham de graça, o que viabiliza o empreendimento. Se assim
não fosse, o TED não teria como palestrante, por exemplo, Bill Clinton, que
cobra US$ 180 mil por uma palestra.
Eu
testei o programa, acessando o you tube e digitando, na procura, o termo: TED
legendado. Ali se encontram ótimas palestras. Talvez o conjunto completo de
palestras exija uma ferramenta de busca que desconheço. Mas só com o que
descobri já valeu a pena,
Fonte:
revista Época, 7 de maio de 2012
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