quarta-feira, 16 de maio de 2012


blogue do zeca
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TED

Conhecem estas iniciais? Elas significam tecnologia, entretenimento e design. Com isso, essas três letras abrangem quase todo o conhecimento atual. Inclusive cinema, pois embora para os europeus e para nós, cinema seja a sétima arte, para os americanos, cinema não passa de entretenimento.

Essas três letras são título de um programa de conferências sobre os três assuntos, cuja característica é o limite de tempo de cada conferência não ultrapassar dezoito minutos. Com isso, o palestrante, que sempre é uma sumidade no assunto que está apresentando, deve concentrar tudo o que quer informar naquele tempo. Assim, ele não pode ser prolixo nem permitir que a clareza do que está expondo seja prejudicada pelo tempo da apresentação.

O TED é um local onde se apresenta o que é mais importante hoje em dia. O tempo é pouco para uma conferência? Winston Churchill precisou de cinco minutos e onze segundos para realizar seu célebre discurso conclamando os ingleses a resistir à invasão nazista. Nele constam as definitivas palavras: “Não tenho nada a oferecer senão sangue, trabalho árduo, suor e lágrimas”. Martin Luther King precisou mais tempo para inflamar a luta mundial contra o racismo.  No entanto, seu discurso pode ser resumido na frase: “Eu tenho um sonho”.

O TED nasceu nos Estados Unidos em 1984 e desde 2006 publica suas palestras na internet para qualquer um ver e compartilhar. Já são 1.202 palestras disponíveis na WEB. Elas já foram assistidas, numa conta conservadora, por 700 milhões de pessoas. Bill Gates, um dos palestrantes, escreveu em seu blog: “Tão animador quanto falar é aprender com as pessoas que vão lá contar suas histórias”.

O segredo do sucesso do TED pode ser atribuído a vários fatores. O primeiro é oferecer, de graça, um variado cardápio de opiniões e explicações que ajudam a entender os temas mais complexos do mundo contemporâneo, em uma linguagem simples e acessível

Em 18 minutos o internauta pode entender conceitos que vão da teoria das cordas à genômica, passando por conceitos de economia, geopolítica, psicologia, filosofia, literatura e o que mais puder ser chamado de conhecimento.

Repleta de ganhadores de prêmios Nobel (letras, ciências, economia e paz), Oscar (cinema), Pulitzer (literatura) e Pritzker (arquitetura), a galeria de vídeos disponíveis é um museu de história contemporânea, narradas na primeira pessoa. È a Harvard do futuro, segundo a revista de negócios americana Fast Company.

Grande parte das conferências foi legendada em “português brasileiro” por voluntários, o que facilita nosso acesso ao TED.

Todos os palestrantes trabalham de graça, o que viabiliza o empreendimento. Se assim não fosse, o TED não teria como palestrante, por exemplo, Bill Clinton, que cobra US$ 180 mil por uma palestra.

Eu testei o programa, acessando o you tube e digitando, na procura, o termo: TED legendado. Ali se encontram ótimas palestras. Talvez o conjunto completo de palestras exija uma ferramenta de busca que desconheço. Mas só com o que descobri já valeu a pena,

Fonte: revista Época, 7 de maio de 2012

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