PARA
ONDE VAI A MÍDIA?
Para pesquisar a biografia de King
Curtis, utilizei a Wikipédia. O texto sobre Curtis estava em inglês. Imprimi
uma tradução automática para que pudesse copiar o que me interessava da vida
dele.
Logo vi que isso seria inviável. A
versão em português tinha virado um “samba do crioulo doido”. Só para citar um
exemplo, falava que Curtis tinha optado pela pedra (rock), por motivos
comerciais. E por assim ia. Voltei para a versão em inglês e copiei, em
português, direto dela.
Certamente, isso vai mudar. Serão
criados programas, cada vez mais inteligentes, que captem o sentido o que se
quer dizer, abandonando a tradução literal.
Vivemos em um mundo cada vez mais
globalizado e informatizado, onde manda é a língua inglesa. Entretanto, existem
milhões de pessoas que não entendem a língua inglesa. O brasileiro é monoglota.
Mas não é o único. Existem países de língua árabe e outros que falam seus
próprios idiomas.
O Japão é bom exemplo. País
com sociedade avançada, mas onde se fala pouco inglês. E a Rússia? E a China,
com seus milhões falando mandarim? Todos esses países modernizam-se
rapidamente, exigindo internet em seu idioma natal.
Certamente, esse problema logo será
resolvido.
Este é um gancho para o que quero
falar.
Os e-books chegaram (mais um termo
em inglês). Estão substituindo o texto em papel, embora alguns saudosistas (tem
gente que ainda prefere long play). Tudo indica que permanecerão. É também o
caso dos DVDs, que estão condenados, substituídos pelas tevês a cabo e pelo
streaming (mais inglês).
Li que J. K. Rowling, a escritora
dos formidáveis sucessos de Harry Potter, ainda não lançou as aventuras do
bruxinho em e-book, apesar das tentadoras propostas da Amazon. Rowling quer
mais.
Ela criou seu próprio site, o
pottermore, e pretende vender seus livros por ele. Sem passar por intermediários, apenas com a fama alcançada por seus
livros e filmes, desafia os grandes. Claro que essa ideia terá que ser
implementada com negociações. Um exemplo é a gigante ITUNES, que só vende conteúdo para
os ipads e iphones e que teria de ceder a licença de seus aplicativos para
Rowling.
Mas Rowling ainda quer mais. Seus
e-books terão links para jogos e outros aplicativos que mudarão completamente o
que conhecemos como “livros”.
Vamos pensar nessa hipótese. Se a
ideia vingar, todos os novos lançamentos serão multimídia? Se comprarmos um
e-book de Dom Quixote de La Mancha (um dos meus preferidos) e quando chegarmos
à luta do cavaleiro com os moinhos de vento, teremos possibilidade de nos
encaminharmos para um game, em que poderemos, também, lutar, com moinhos?
E se isso se popularizar, como
ficará a linguagem escrita, como conhecemos? Ela ira, gradativamente,
desaparecer?
Boas perguntas.
Acho que estamos a caminho de todo conhecimento ficar disponível a todos.A tralha mecano-eletro-eletrônica-plasmática é simplesmente a ferramenta,o meio da comunicação cada vez mais agil e fácil e a linguagem escrita vai simplesmente continuar se transformando como sempre fez. Aliás a própria escrita é só mais uma ferramenta da comunicação.
ResponderExcluirComentário muito inteligente. Colocou a linguagem escrita em seu devido lugar.
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