quarta-feira, 4 de abril de 2012



PARA ONDE VAI A MÍDIA?

            Para pesquisar a biografia de King Curtis, utilizei a Wikipédia. O texto sobre Curtis estava em inglês. Imprimi uma tradução automática para que pudesse copiar o que me interessava da vida dele.

            Logo vi que isso seria inviável. A versão em português tinha virado um “samba do crioulo doido”. Só para citar um exemplo, falava que Curtis tinha optado pela pedra (rock), por motivos comerciais. E por assim ia. Voltei para a versão em inglês e copiei, em português, direto dela.

            Certamente, isso vai mudar. Serão criados programas, cada vez mais inteligentes, que captem o sentido o que se quer dizer, abandonando a tradução literal.

            Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado e informatizado, onde manda é a língua inglesa. Entretanto, existem milhões de pessoas que não entendem a língua inglesa. O brasileiro é monoglota. Mas não é o único. Existem países de língua árabe e outros que falam seus próprios idiomas.

            O Japão é bom exemplo. País com sociedade avançada, mas onde se fala pouco inglês. E a Rússia? E a China, com seus milhões falando mandarim? Todos esses países modernizam-se rapidamente, exigindo internet em seu idioma natal.

            Certamente, esse problema logo será resolvido.

            Este é um gancho para o que quero falar.

            Os e-books chegaram (mais um termo em inglês). Estão substituindo o texto em papel, embora alguns saudosistas (tem gente que ainda prefere long play). Tudo indica que permanecerão. É também o caso dos DVDs, que estão condenados, substituídos pelas tevês a cabo e pelo streaming (mais inglês).

            Li que J. K. Rowling, a escritora dos formidáveis sucessos de Harry Potter, ainda não lançou as aventuras do bruxinho em e-book, apesar das tentadoras propostas da Amazon. Rowling quer mais.

            Ela criou seu próprio site, o pottermore, e pretende vender seus livros por ele. Sem passar por intermediários, apenas com a fama alcançada por seus livros e filmes, desafia os grandes. Claro que essa ideia terá que ser implementada com negociações. Um exemplo é a  gigante ITUNES, que só vende conteúdo para os ipads e iphones e que teria de  ceder a licença de seus aplicativos para Rowling.


            Mas Rowling ainda quer mais. Seus e-books terão links para jogos e outros aplicativos que mudarão completamente o que conhecemos como “livros”.

            Vamos pensar nessa hipótese. Se a ideia vingar, todos os novos lançamentos serão multimídia? Se comprarmos um e-book de Dom Quixote de La Mancha (um dos meus preferidos) e quando chegarmos à luta do cavaleiro com os moinhos de vento, teremos possibilidade de nos encaminharmos para um game, em que poderemos, também, lutar, com moinhos?

            E se isso se popularizar, como ficará a linguagem escrita, como conhecemos? Ela ira, gradativamente, desaparecer?

            Boas perguntas.
           
            

2 comentários:

  1. Acho que estamos a caminho de todo conhecimento ficar disponível a todos.A tralha mecano-eletro-eletrônica-plasmática é simplesmente a ferramenta,o meio da comunicação cada vez mais agil e fácil e a linguagem escrita vai simplesmente continuar se transformando como sempre fez. Aliás a própria escrita é só mais uma ferramenta da comunicação.

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  2. Comentário muito inteligente. Colocou a linguagem escrita em seu devido lugar.

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